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Por Redação O Sul | 15 de dezembro de 2016
Planilha do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht apreendida pela PF na casa de Maria Lúcia Tavares, ex-funcionária da empresa, informa pagamento de R$ 1 milhão a “Angorá”, no dia 18 de agosto de 2014. Em sua delação, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho afirmou que o dinheiro doado ao PMDB foi destinado a Paulo Skaf (R$ 6 milhões) e a Eliseu Padilha (R$ 4 milhões).
“No caso em concreto, o codinome utilizado pelo setor de operações estruturadas para definir Eliseu Padilha nesta operação financeira foi ‘Angorá’,” disse o ex-executivo. Em algumas planilhas da Odebrecht, Angorá é uma referência ao secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco.
Os codinomes dados pela Odebrecht variam de acordo com o repassador de recursos da planilha. Segundo o delator, o total de R$ 10 milhões de doações para o PMDB teria sido pedido em 2014 pelo presidente Michel Temer. O Palácio do Planalto confirma o pedido, mas afirma que ele foi convertido em contribuições declaradas à Justiça Federal.
Doações oficiais da Odebrecht ao PMDB em 2014 totalizaram R$ 11,3 milhões, pagos entre 5 de setembro e 23 de outubro. De acordo com a planilha, o pagamento a “Angorá” ocorreu em 18 de agosto.
Ontem, Padilha negou ter recebido os valores. “Não fui candidato em 2014. Nunca tratei de arrecadação para deputados ou para quem quer que seja”, disse ele, para quem a acusação “é uma mentira”. (AG)