Quarta-feira, 13 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 12 de agosto de 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nessa terça-feira (12) que o governo deve anunciar nesta quart (13) um pacote de medidas para apoiar exportadores brasileiros afetados pelo aumento de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos nacionais.
Segundo ele, a ideia é oferecer instrumentos que reduzam os impactos do tarifaço de 50% anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, sobre uma série de mercadorias brasileiras. O objetivo é dar fôlego ao setor enquanto o país busca uma solução negociada para a disputa comercial.
“O presidente (Lula) disse que ele ia assinar (a medida) hoje (terça). Mas ele preferiu anunciar amanhã (quarta). Vão estar detalhados os valores, os processos”, afirmou o ministro.
O pacote está sendo elaborado em conjunto pelos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e das Relações Exteriores, e deve incluir linhas de crédito, facilitação de comércio e eventuais desonerações pontuais.
A taxação americana foi anunciada em julho e atinge produtos como aço, alumínio, etanol e alguns itens agrícolas. Empresários brasileiros temem perda de competitividade no mercado norte-americano e redução das exportações.
Medidas
O plano de contingência deve contemplar:
* linhas de crédito para as empresas impactadas pela sanção americana, para financiar investimentos e capital de giro das companhias (entenda melhor a seguir);
* adiamento das cobranças de tributos e contribuições federais por até dois meses, repetindo um movimento adotado pelo Planalto na pandemia de covid-19; e
* compras públicas de mercadorias perecíveis. Há uma preocupação com os estoques de alimentos como peixes, frutas e mel, parados desde o anúncio do presidente americano, Donald Trump.
Com o início da taxação no último dia 6, os setores têm reclamado da demora do anúncio das medidas e relatam frustração com a falta de solução do governo.
Já há relatos de demissões, cancelamento de investimentos futuros e dificuldade de encontrar alternativas para venda dos produtos que estavam prontos e encomendados para exportação ao mercado americano.
A prioridade é manter os empregos e conceder crédito aos setores que precisarem. No entanto, Haddad garantiu responsabilidade fiscal e afirmou que todas as soluções “vão ficar dentro da meta” — que este ano é de déficit zero.
Haddad também afirmou que não haverá “waiver”, jargão econômico que significa que as regras das medidas serão aplicadas integralmente, sem exceções ou flexibilizações, como aconteceu com o pagamento de precatórios, por exemplo. (Com informações da CNN Brasil)