Segunda-feira, 06 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2018
Policiais militares, civis e bombeiros do Rio Grande do Norte decidiram nesta terça-feira (9) por fim à paralisação das categorias, que durou 22 dias. Em reunião com representantes de associações de classe, o governador Robinson Faria (PSD) aceitou as reivindicações das categorias e prometeu não abrir processo administrativo ou qualquer outra sanção contra nenhum agente pela paralisação.
Parte dos policiais militares não vai às ruas desde 19 de dezembro, como forma de protesto para o pagamento dos salários de novembro (que foram pagos no último dia 6), dezembro e o 13º, além de melhores condições de trabalho.
Folha de pagamento de dezembro
O governo se comprometeu a concluir a folha de pagamento de dezembro até esta sexta-feira (12), além de aumentar o vale alimentação de R$ 10 para R$ 20, e entregar, até sexta-feira, 50 novos carros para os batalhões, entre outras propostas.
O acordo será submetido em assembleia a policiais militares que não estavam presentes na reunião ainda nesta terça e deve ser aprovado.
“Houve bom-senso por parte do governo. Policiais só podem se prestar a irem às ruas se houver segurança. E eu vi policiais em desespero, sem dinheiro, sem condições mínimas de trabalho. O movimento dos agentes é um exemplo para todo o País”, disse Elisandro Lotin, presidente da Associação Nacional de Praças.
Os agentes negam que estivessem em greve, e dizem que não podiam sair às ruas sem condições mínimas de segurança, com carros danificados ou sem licenciamento e coletes balísticos fora da validade.
Agentes decidiram pelo retorno imediato às atividades
Os policiais civis também aceitaram as propostas do governo. A decisão foi submetida à categoria, e os agentes decidiram pelo retorno imediato às atividades. Só duas delegacias de Natal funcionavam, em regime de plantão, desde que a categoria decidiu parar, no dia 20. “Estamos confiando nas palavras do governo”, disse o presidente do sindicato de policiais civis do RN, Nilton Ferreira.
No último sábado, o governo decretou situação de calamidade na segurança pública.
Os policiais militares trabalham em carros sucateados, sem licenciamento, e precisam pagar pelas próprias fardas. Além disso, longe dos olhos dos turistas, dos cartões postais e sem patrulhamento do Exército, cujas tropas foram enviadas somente a Natal e Mossoró, o interior do Rio Grande do Norte sofre com a falta de policiamento nas ruas.
Duas decisões judiciais consideraram a paralisação ilegal. Em uma delas, o desembargador Claudio Santos determinou que os comandantes da PM, dos bombeiros e da Polícia Civil prendam em flagrante os agentes da segurança pública que promoverem, incentivarem ou colaborarem com a paralisação. Nenhum agente foi preso, no entanto.