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Por Redação O Sul | 6 de junho de 2017
Um mês antes de estourar o escândalo da delação do empresário Joesley Batista, uma investigação da PF (Polícia Federal) havia enviado à Justiça Federal planilhas da empresa JBS/Friboi que indicam o pagamento de R$ 34 milhões em propinas para políticos e para o PMDB no Mato Grosso do Sul.
Os papéis foram apreendidos durante a Operação Lama Asfáltica, desencadeada em Campo Grande (MS) para investigar um suposto esquema de superfaturamento de obras e desvios. Um dos principais investigados é o ex-governador André Puccinelli (PMDB), que foi colocado em prisão domiciliar em 11 de maio.
Em 2016, a PF havia localizado na casa de um secretário-adjunto da Fazenda no Estado planilhas com datas, nomes e valores e cópias de três acordos assinados entre a JBS e o governo do MS para concessão de benefícios fiscais. Os acordos eram assinados por Valdir Boni, que se tornou delator no acordo fechado com a PGR (Procuradoria Geral da República).
A PF entregou à Justiça Federal, no dia 19 de abril, uma análise sobre os papéis apreendidos. Uma auditoria feita nas planilhas pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral da União apontou uma correspondência entre os benefícios obtidos pela JBS na área tributária e os valores anotados como pagamentos, à proporção de 20%. As anotações indicam que R$ 5 milhões foram pagos ao “PMDB”, R$ 9,2 milhões para uma empreiteira e mais R$ 2 milhões para uma gráfica, entre outros pagamentos.
As conclusões da PF na operação encontraram confirmação no conteúdo das delações da JBS e que vieram a público depois da investigação de MS. Em depoimento gravado em vídeo no acordo assinado com a PGR, um dos donos da JBS, Wesley Batista, afirmou que “o esquema” começou na época do governador e atual deputado Zeca do PT.
Em documento entregue à PGR, Valdir Boni, disse que a JBS pagou R$ 150 milhões como remuneração pelos decretos, tanto na gestão de Puccinelli quanto na do atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB). (Folhapress)