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Política Policiais federais e rodoviários demonstraram preocupação com um possível recuo de Bolsonaro no aumento salarial

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Texto foi lido na sessão de reabertura do Congresso. (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

Policiais federais e rodoviários demonstraram preocupação nesta segunda-feira (10), com um possível recuo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirmou no fim de semana ser possível que nenhuma categoria tenha reajuste este ano. Membros dos órgãos já falam em “traição” e “golpe” do presidente, caso ele descumpra o compromisso firmado no fim de 2021.

Com a adesão em massa dos servidores públicos federais ao movimento de operação-padrão e entrega de cargos comissionados no governo, Bolsonaro pediu no fim de semana “sensibilidade” ao funcionalismo e argumentou que não há espaço no Orçamento para dar aumento para todos. “Pode ser que não tenha reajuste para ninguém”, disse o presidente no sábado (8).

Segundo informações do Estadão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, recomendou que Bolsonaro vete o reajuste aos policiais. O Orçamento tem uma reserva de R$ 1,7 bilhão para atender reajustes em 2022. Para conseguir uma fatia desses recursos para melhores salários, várias categorias aderiram a operações-padrão, o que causou transtornos em portos e na fronteira do Brasil com países vizinhos, como a Venezuela.

Policiais federais, policiais rodoviários federais e líderes de associações que representam a categoria afirmaram que um possível recuo de Bolsonaro pode fazer milhares de policiais irem às ruas criticar uma “falta de compromisso” do presidente para com o órgão.

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e um dos líderes da União de Policiais do Brasil, Dovercino Neto, afirmou que Bolsonaro “trairá” novamente a categoria caso recue e não conceda reajuste aos policiais.

Segundo ele, desde o primeiro ano do governo o presidente fala em reestruturação da Polícia Rodoviária Federal, mas não cumpre as promessas. “As falas do fim de semana são muito preocupantes. Caso o presidente recue, vai ser mais uma traição, um golpe na nossa carreira”, disse. “O futuro da PRF, caso não seja reestruturada, é incerto.”

Neste momento, as corporações não falam em uma possível greve, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal (STF) já proibiu paralisação e operação-padrão por parte de servidores envolvidos com segurança pública. Assim, o efeito imediato, caso o recuo de Bolsonaro se confirme, seria mobilizações públicas, críticas ao governo federal e “diminuição no empenho” dos policiais.

Nos bastidores, membros dos órgãos ainda tratam com cautela as falas do presidente do fim de semana, e aguardam uma sinalização do Executivo até o dia 21, prazo para a sanção da peça orçamentária. Caso não haja sinalização de reajuste até esta data, as categorias vão começar a pressionar para que Bolsonaro conceda reajuste até o fim de março.

“O presidente fez um compromisso com os policiais da esfera federal, que precisa ser honrado”, afirmou a delegada federal Tania Prado, presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) e diretora da Associação Nacional dos Delegados da PF (ADPF), em São Paulo.

“Acreditamos que o presidente vai manter o compromisso assumido publicamente de valorizar a PF, seus integrantes e demais polícias ligadas ao Ministério da Justiça. A PF não é custo para o estado, é investimento que beneficia toda a sociedade”, disse Luciano Leiro, presidente da ADPF.

Carreiras de estado

No fim de semana, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, avaliou que o Planalto corre o risco de enfrentar o descontentamento também das categorias ligadas à segurança.

Para Marques, do Fonacate, o estilo de comunicação do presidente é dúbio e confuso. “Vamos ver como isso vai se resolver. Uma vez que ele já assumiu um compromisso com os policiais, isso seria visto como ‘mais uma’ traição, pois já foram feitos compromissos na tramitação da reforma da Previdência que não foram honrados. Ademais, ele seria o único presidente da República em 20 anos a não conceder reposição geral ao funcionalismo”, disse o sindicalista.

Ele lembrou que o Distrito Federal, que concentra a maior parte dos servidores públicos federais, registrou uma votação expressiva em Bolsonaro nas eleições de 2018. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente recebeu 70% dos votos válidos da capital do País no segundo turno.

“Não fica claro se ele quer atender somente os policiais, ter pretexto para estender o reajuste a todos, conceder apenas para algumas categorias além dos policiais ou não dar reajuste a ninguém”, completou o presidente do Fonacate no fim de semana. O Fórum aprovou no fim de dezembro um calendário de mobilização de servidores públicos por reajuste salarial, incluindo paralisações em janeiro — a primeira no dia 18 —, e assembleias em fevereiro para deliberar sobre uma greve geral.

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