Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 12 de julho de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Não há reforma trabalhista sem confronto. Mesmo com o invólucro de modernização, interesses são contrariados. Acabou desembocando num grande circo. Não faltou nada no picadeiro: a invasão da mesa diretora por senadoras da oposição, as luzes apagadas, a suspensão da sessão plenária, o banquete com marmitas de alumínio e a plateia em delírio.
INCAPAZES
Errou o governo federal, que deveria ter ampliado o debate sobre a reforma. O projeto chegou ao Congresso Nacional em dezembro do ano passado, propondo a mudança de mais de 100 trechos da Consolidação das Leis do Trabalho. A tática escolhida foi a mais simplista: convencer apenas os parlamentares para que aprovassem. Os maiores interessados ficam de fora.
O outro erro foi dos sindicalistas e políticos da oposição. Mesmo sabendo que o governo teria maioria para aprovar, deveriam percorrer o País, defendendo suas teses e angariando apoios. Não fizeram, talvez porque desse muito trabalho. Resultou no showzinho que descredencia o Legislativo.
CLÁUSULA PÉTREA
Um dos aspectos positivos da Democracia é que qualquer partido ou ideologia pode vencer, se tiver votos. Os protagonistas, porém, precisam saber perder.
PONTO DE LIGAÇÃO
Qualquer semelhança entre os Congressos da Venezuela e do Brasil não é mera coincidência.
HÁ 10 ANOS
A 12 de julho de 2007, o governo Lula anunciou que pretendia flexibilizar as relações trabalhistas. A retirada da estabilidade no setor público era um dos itens. Começaria pelos funcionários da área da Saúde, que seriam submetidos a concursos, mas regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho.
VELHA AMIZADE
A cúpula do PSDB adiou a entrega de cargos que ocupa no governo. Sinal de que não admite a troca de poder no Planalto.
PRESSA
O governo e a base aliada querem votar até a próxima terça-feira, quando a Câmara entrará em recesso, o parecer do deputado Sergio Zveiter, que se manifestou favorável à ação penal contra o presidente Michel Temer. Os pneus vão queimar na curva.
PARA QUE LADO SALTARÃO?
Os 285 deputados federais que estão em cima do muro na votação sobre o futuro de Temer, conforme levantamento do jornal O Estado de São Paulo, sabem: o voto é político e a conta, eleitoral.
INEXPLICÁVEL
A contradição do governo federal é imensa: 1) financia empresas privadas com juros subsidiados via BNDES; 2) cobra taxas extorsivas dos Estados, que fornecem serviços de saúde, educação e segurança.
OLHOS FECHADOS
Nunca se viu algum governo comentar o resultado de levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação: 33 por cento das pequenas empresas, que fecham as portas, alegam não ter conseguido pagar impostos.
OS SEM FUTURO
Assistentes sociais que trabalham em grandes e médias cidades do Estado concluem: fracassou a função paterna de transmitir valores e o sentido das leis. Com isso, crianças não têm noção de transgressão e culpa. Como se não bastasse, vão a escolas que pouco ensinam. Sem rumo, ao crescerem, acabam batendo nas barras da Polícia e dos Tribunais.
JOGO DOS BASTIDORES
A posição de cada parlamentar na Câmara depende de um jogo complexo e sutil de pressões externas e negociações políticas.
FALTA PRESSÃO
A diferença do episódio Dilma Rousseff é que agora os empresários silenciam e o povo não está nas ruas gritando Fora Temer. Porém, é constrangedor ter um presidente da República denunciado.
CONDIÇÃO INDISPENSÁVEL
Estabilidade monetária não é um fim em si mesmo, mas a base para ações que impulsionem o desenvolvimento econômico.
AGUARDADO COM ANSIEDADE
Se vier ao Brasil, David Copperfield, o renomado mágico e ilusionista norte-americano será contratado para ensinar políticos e assessores a carregarem malas invisíveis.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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