Segunda-feira, 21 de julho de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Curiosidades Por que os jovens com diploma em países ricos estão em apuros hoje? Entenda

Compartilhe esta notícia:

Em todo o Ocidente, jovens diplomados estão perdendo sua posição privilegiada. (Foto: Reprodução)

Pobre do jovem ambicioso. Durante décadas, o caminho para uma vida confortável era claro: fazer faculdade, conseguir um bom emprego e, então, ver o dinheiro entrar. No entanto, os jovens trabalhadores de hoje parecem ter menos opções do que antes.

Entrar para a área de tecnologia? As grandes empresas estão cortando empregos. E o setor público? Menos prestigiado do que costumava ser. Tornar-se engenheiro? Muitas inovações, de veículos elétricos a energia renovável, acontecem agora na China. Advogado? A inteligência artificial em breve tomará seu lugar. Nem pense em se tornar jornalista.

Em todo o Ocidente, jovens diplomados estão perdendo sua posição privilegiada – e, em alguns casos, já a perderam. Dados de emprego apontam essa mudança. Matthew Martin, da consultoria Oxford Economics, analisou americanos de 22 anos a 27 anos com diploma universitário. Pela primeira vez na história, a taxa de desemprego deles está consistentemente acima da média nacional. O aumento do desemprego entre recém-formados é impulsionado por aqueles que estão procurando trabalho pela primeira vez.

Essa tendência não ocorre apenas nos Estados Unidos. Em toda a União Europeia, a taxa de desemprego de jovens com ensino superior está se aproximando da média geral da faixa etária. Reino Unido, Canadá, Japão – todos parecem seguir caminho semelhante. Até mesmo jovens da elite, como formandos em MBA, estão sofrendo. Em 2024, 80% dos formandos da escola de negócios de Stanford tinham emprego três meses após se formarem – abaixo dos 91% em 2021. À primeira vista, os estudantes comendo ao ar livre no refeitório da escola parecem felizes. Mas, olhando de novo, é possível ver o medo em seus olhos.

Até recentemente, o chamado “prêmio salarial universitário” – a diferença salarial entre quem tem diploma e quem não tem – vinha crescendo. Mais recentemente, no entanto, ele diminuiu, inclusive nos EUA, Reino Unido e Canadá. Usando dados da filial de Nova York do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), estimamos que, em 2015, o graduado americano mediano ganhava 69% a mais do que um colega com ensino médio. No ano passado, esse prêmio caiu para 50%.

Os empregos também estão menos gratificantes. Uma ampla pesquisa sugere que a “lacuna de satisfação dos graduados” nos Estados Unidos – a probabilidade de os graduados se declararem “muito satisfeitos” com seus empregos em comparação com os não graduados – está agora em torno de três pontos percentuais, abaixo da vantagem de longo prazo de sete.

Mas será que é algo ruim os graduados perderem seus privilégios? Do ponto de vista ético, não necessariamente. Nenhum grupo tem o direito de se sair melhor do que a média. Mas, do ponto de vista prático, talvez sim. A história mostra que, quando pessoas inteligentes – ou que se consideram inteligentes – se saem pior do que acreditam merecer, coisas ruins acontecem.

Peter Turchin, cientista da Universidade de Connecticut, argumenta que a “superprodução de elites” foi a causa imediata de vários tipos de agitação ao longo dos séculos, com “contra-elites” liderando os protestos. Historiadores identificam o “problema do excesso de homens educados” como um fator que contribuiu para as revoluções europeias de 1848.

Luigi Mangione poderia ser membro dessa contra-elite. Formado pela Universidade da Pensilvânia, ele deveria estar levando uma vida próspera. Em vez disso, está sendo julgado pelo suposto assassinato do CEO de uma seguradora de saúde. Mais revelador é o grau de empatia das pessoas com sua frustração: Mangione já recebeu mais de US$ 1 milhão em doações.

Por que os diplomados estão perdendo privilégios? Talvez a enorme expansão das universidades tenha reduzido os padrões. Se as faculdades passaram a admitir alunos menos talentosos – e a forma como elas ensinam piorou –, os empregadores podem, com o tempo, perceber menos diferença entre o graduado médio e o não graduado médio.

Um estudo recente de Susan Carlson, da Pittsburg State University, e colegas, sugere que muitos estudantes hoje são funcionalmente analfabetos. Um número preocupante de estudantes de Letras tem dificuldade em entender Bleak House, de Charles Dickens. Muitos se perdem já na frase de abertura: “O período de Michaelmas acabou, e o Lorde Chanceler estava sentado no Lincoln’s Inn Hall.”

De fato, algumas universidades oferecem cursos inúteis para candidatos que não deveriam estar lá. Por outro lado, há pouca correlação entre o número de graduados e o prêmio salarial no longo prazo: ambos cresceram nos EUA nos anos 1980, por exemplo. Além disso, converse com estudantes da maioria das universidades, especialmente as de elite, e você deixará de pensar que eles são estúpidos. Os alunos de Stanford são extremamente inteligentes.

Um novo estudo de Leila Bengali, da filial de São Francisco do Fed, e colegas, é outro motivo para duvidar da explicação “os graduados são fracos”. Eles descobriram que a mudança no prêmio universitário reflete principalmente fatores de demanda, especificamente uma desaceleração no ritmo da mudança tecnológica voltada para habilidades. Em outras palavras: os empregadores conseguem, cada vez mais, contratar não diplomados para fazer trabalhos antes restritos a quem tinha diploma. As informações são da revista The Economist.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Curiosidades

Ruim em matemática? Cientistas sugerem que estímulo elétrico no cérebro talvez ajude
Saiba quem é o médico dono de uma clínica de luxo que operou empresária de 40 anos morta durante procedimento estético em São Paulo
https://www.osul.com.br/por-que-os-jovens-com-diploma-em-paises-ricos-estao-em-apuros-hoje-entenda/ Por que os jovens com diploma em países ricos estão em apuros hoje? Entenda 2025-07-09
Deixe seu comentário
Pode te interessar