Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2021
Um levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) menciona ao menos oito casos confirmados de dengue neste ano em Porto Alegre – quatro autóctones (contraídos na própria cidade, nos bairros Agronomia e Santo Antônio, ambos na Zona Leste) e outros quatro “importados” por pessoas que viajaram ao interior gaúcho e Rio de Janeiro.
De acordo com a equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis (EVDT) do órgão, o total de notificações de casos suspeitos chega a 32. A enfermeira Raquel Rosa, chefe da EVDT, explica que a maior parte dos casos foi notificada por laboratórios privados, já com o resultado positivo, o que atrasa e compromete o desencadeamento de ações de controle ambientais:
“Por isso, é essencial que os moradores da cidade intensifiquem os cuidados de prevenção tanto nos seus imóveis quanto pessoais, como uso de repelente, e que os profissionais de saúde, no momento do atendimento ao paciente, considerem e notifiquem a suspeita da doença de acordo com os sintomas apresentados pelo mesmo”.
Sintomas
Dentre os sintomas compatíveis com a dengue estão febre com duração máxima de sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: manchas vermelhas no corpo, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, náuseas, vômitos, leucopenia (leucócitos abaixo do limite inferior normal para a população) e vermelhidão nos olhos.
A chefe da EVDT destaca que, a partir da notificação, exames sorológicos serão orientados e encaminhados pela equipe, conforme o tempo decorrido desde o aparecimento dos sintomas.
Infestação
As condições climáticas atuais em Porto Alegre, com manutenção de temperaturas mais altas, favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti e a transmissão viral, a partir da picada da fêmea do inseto. No site ondeestaoaedes.com.br é possível acompanhar o índice semanal de infestação e sua distribuição nos bairros.
Atualmente, a prefeitura mantém 847 armadilhas de monitoramento na cidade, vistoriadas semanalmente. A relação entre positividade do artefato e a quantidade de fêmeas capturadas em cada um resulta no índice de infestação vetorial. Na semana passada, a taxa foi de 1,69, o que significa alto risco para transmissão nos locais com casos confirmados da doença.
Para diminuir a população dos insetos e a infestação, é fundamental que os moradores vistoriem residências e comércios pelo menos uma vez por semana, eliminando qualquer foco de água parada. O gerente da vigilância ambiental, Alex Lamas, salienta:
“Além da retirada de pratos de vasos de plantas, ralos devem estar secos ou com água sanitária, calhas desimpedidas e plantas que acumulem água devem ser vistoriadas com maior atenção. Qualquer tampinha solta no pátio pode armazenar água, servindo de local para a postura dos ovos da fêmea”.
(Marcello Campos)