Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2017
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (06), a Operação Reintegro no bairro Restinga, na Zona Sul de Porto Alegre, para coibir o tráfico de drogas, roubos, extorsões e expulsão de moradores em condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida. Durante o cumprimento dos mandados, um adolescente foi apreendido e três bandidos foram presos.
Uma arma, munições, celulares e botijões de gás foram apreendidos. As investigações duraram oito meses e foram desencadeadas a partir de denúncias relativas a esses crimes cometidos dentro de três condomínios, um deles com 416 apartamentos, outro com 183 casas e um terceiro com 352 apartamentos, inaugurado há poucos meses. Por meio de vários relatos de vítimas, testemunhas e até mesmo por denúncias anônimas, a polícia verificou o quadro dramático vivenciado por pessoas que buscavam a realização do sonho de ter sua casa própria.
Segundo a delegada Shana Hartz, leis próprias e regime de silêncio e medo foram impostos dentro dos condomínios, levando dezenas de moradores a abandonar suas casas, por vezes sem direito a levar nada consigo e com suas vidas ameaçadas. Os moradores dos condomínios eram obrigados a comprar gás em um depósito organizado pela facção, além de ter que pagar uma taxa para conseguir acessar suas próprias correspondências. Os policiais cumpriram 96 mandados de busca e apreensão distribuídos entre os três condomínios.
Além das buscas nos apartamentos e casas, foi realizado um recadastramento dos moradores, visando averiguar qual o paradeiro do beneficiário do apartamento ou casa e se o imóvel permanece com o proprietário ou foi invadido, tomado ou até mesmo comercializado. “Esse recadastramento irá auxiliar outros órgãos públicos, como Defensoria Pública, Promotoria Pública e Departamento Municipal de Habitação, a ajuizarem as ações cabíveis para retomada do imóvel. Também possibilitará que o beneficiário que tenha sido expulso de seu imóvel possa ter seu nome novamente inscrito em programas governamentais habitacionais”, disse a delegada.
De acordo com ela, a Polícia Civil retornará aos condomínios em datas e unidades aleatórias para continuar o recadastramento dos moradores e averiguar quem está de posse dos imóveis. “Consideramos a operação apenas um início, pois a ação de retomada e reintegração terá continuidade”, concluiu Shana.