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Por Redação O Sul | 21 de agosto de 2015
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) na qual acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ter recebido propina no valor de ao menos 5 milhões de dólares (cerca de 17,3 milhões de reais) no esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava-Jato.
Na denúncia, Janot pede a condenação de Cunha pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e também da ex-deputada federal e atual prefeita de Rio Bonito, Solange Almeida (PMDB-RJ), por corrupção. Além da condenação criminal, o procurador-geral pede que os envolvidos nas fraudes devolvam 80 milhões de dólares (cerca de 270 milhões de reais) aos cofres públicos. Deste total, 40 milhões de dólares correspondem aos valores desviados. Outros 40 milhões de dólares são relativos à reparação dos danos causados à Petrobras e à administração pública.
Segundo Janot, a propina a Cunha e a outros supostos envolvidos nas fraudes foi paga no exterior, com contratos de consultoria fajutos, emissão de notas fiscais frias e até com a transferência de 250 mil reais para uma igreja evangélica vinculada ao presidente da Câmara.
A defesa do peemedebista afirmou que ainda não teve acesso ao documento produzido pela Procuradoria, mas que a acusação “é facilmente derrubável”. Segundo a denúncia, Cunha recebeu 5 milhões de dólares em propina após o fechamento de contratos firmados entre 2006 e 2007 entre a Petrobras e a Samsung Heavy Industries, da Coreia, para fornecimento de navios-sonda para a estatal do petróleo.
A intermediação foi feita pelo lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, operador ligado à diretoria Internacional da Petrobras, de indicação do PMDB. A propina foi oferecida, prometida e paga pelo empresário Júlio Camargo, segundo a denúncia. (AD)