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Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2020
Em diferentes regiões gaúchas, os produtores de arroz começam a semeadura da safra 2020/2021. A informação é do técnico orizícola Rogério Cantarelli, do 1° Nate (Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural) do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz).
“São semeaduras mais precoces”, informa o diretor técnico do Irga, Ivo Mello. “Nas lavouras semeadas no seco em sistemas de plantio direto ou cultivo mínimo, a semente fica guardada no solo, mas não tem temperatura para iniciar o processo de germinação ainda. Só vai emergir daqui 20 ou 30 dias, dependendo das condições climáticas.”
As equipes dos Nate ainda estão provideneiando o levantamento. Nos próximos dias, o Irga divulgará a intenção de semeadura para a safra 2020/2021.
Na localidade de Inhatinhum, em São Gabriel (Campanha), o produtor Giovane Sari planta, em área de 100 hectares, a cultivar “Irga 424-RI”. Também já há trabalhos a campo em Alegrete (Fronteira Oeste) e Santo Antônio da Patrulha (Litoral Norte). Nesta última, onde o plantio é feito por meio do sistema pré-germinado, o Instituto acompanhará o desenvolvimento da lavoura e o efeito das baixas temperaturas.
Mello antecipa um problema que pode afetar a próxima safra: a disponibilidade e água dos reservatórios. “A situação é crítica”, avalia. “Na Fronteira Oeste, por exemplo, as informações que temos indicam disponibilidade de 70% em açudes e barramentos. Na Zona Sul, Campanha e Planície Costeira Interna, a média é de apenas 40% de disponibilidade.”
Ainda segundo ele, se não chover um pouco acima do normal nos próximos 60 dias, estamos estimando uma deficiência no Estado de, mais ou menos, 15%, considerando todas as fontes de água para irrigação (rios, lagos e reservatórios). “As equipes dos escritórios municipais ainda estão levantando mais dados para oferecermos uma informação precisa”, acrescenta o diretor técnico do Irga.
Clima
Um boletim meteorológico postado nesta segunda-feira no site oficial www.irga.rs.gov.br chama a atenção para a questão climática. “Nos últimos sete dias, choveu menos que o normal no Rio Grande do Sul e o maior registro não passou dos 15 milímetros na Planície Costeira Externa”, ressalta o texto. “Além disso, o frio na segunda metade da semana foi extremamente intenso, com ocorrência de neve na Serra do Sudeste e Serra Gaúcha.”
No fim de semana, geou em praticamente todo o Estado. O município de Quaraí, no Oeste gaúcho, registrou -5°C na última sexta-feira (21). A formação de um novo bloqueio atmosférico fará com que uma frente fria estacione entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai, trazendo chuva constante.
O acumulado deve alcançar até 50 milímetros na Campanha até a próxima sexta-feira (28). Posteriormente, até 2 de setembro, a chuva se espalhará um pouco mais pelo Rio Grande do Sul, mas os maiores acumulados, acima dos 70 milímetros, permanecerão sobre a Metade Sul do Estado.
“Após o frio intenso dos últimos dias, esta semana será mais quente que o normal”, finalizou o Instituto. “Uma nova queda de temperatura, no entanto, acontecerá na primeira semana de setembro e não será tão intensa como a última.”
(Marcello Campos)
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