Por Redação O Sul | 22 de março de 2023
Ainda que na maioria dos casos seja uma reação normal ao estresse, para algumas pessoas é algo realmente avassalador.
Foto: FreepikQualquer pessoa pode sentir ansiedade em algum momento da vida. Esse sentimento de medo, temor e inquietação às vezes se manifesta na forma de suor ou palpitações. Ainda que na maioria dos casos seja uma reação normal ao estresse e ajude a lidar com uma situação específica, para algumas pessoas é algo realmente avassalador.
Como explica Vanesa Fernández, membro do Colégio Oficial de Psicologia (COP) de Madri, “a ansiedade é uma emoção normal que aparece em circunstâncias nas quais nos sentimos ameaçados”. “ Todos nós temos ansiedade, até psicólogos”, destaca.
Durante uma crise, ela tem dificuldade para se concentrar, e vêm à sua mente pensamentos negativos e preocupações futuras: “Eu penso ‘e se isso acontecer comigo agora, e se a outra coisa acontecer comigo’”.
Além disso, Fernández fica tensa e inquieta, sente-se aflita, tem dificuldade para dormir e às vezes rói as unhas. Para administrar essa emoção, ela tenta controlar seus pensamentos e focar no “aqui e agora”.
“O que aconteceu, aconteceu, e não posso fazer nada, então vou tentar avaliar o que posso fazer para resolver. E se o que me deixa ansiosa é o futuro, procuro focar no fato de que ainda não aconteceu e, portanto, não devo vivê-lo como tal. Digo a mim mesma que agora essa ansiedade não vale nada e volto para o presente”, explica.
Além de tentar compartilhar momentos com as pessoas que ama, a doutora em psicologia procura dormir mais cedo, descansar, fazer respiração abdominal, alimentar-se bem, praticar atividade física e eliminar da alimentação estimulantes como a cafeína.
Para Mari Zafra, psicóloga, psicoterapeuta e CEO da Psikigai, a ansiedade é necessária e pode alertar sobre “alguma coisa que você não gosta”.
“Um chefe que te desrespeita, uma atividade que você faz e realmente não quer, um relacionamento que não te faz feliz…”, exemplifica.
Zafra está convencida de que as sensações físicas devem receber espaço, mesmo que sejam desagradáveis. Portanto, em vez de fugir da ansiedade, tente “escutá-la”.
Às vezes, ela escreve seus pensamentos em post-its e os cola na parede para diferenciar conscientemente entre o que está pensando e o que o seu corpo está sentindo. Além disso, uma prática de atenção plena que funciona bem para ela é fechar os olhos e prestar atenção à respiração. Se fixar no “entrar e sair do ar”.
Quando Adrián Gimeno, psicólogo e psicoterapeuta especializado em transtornos alimentares, está ansioso, ele tenta tomar banho, respirar conscientemente, deixar a tarefa que está fazendo por alguns minutos e ativar essa emoção ou escrever o que está pensando e sentindo para, só então, poder ler novamente quando estiver mais calmo. Essas estratégias nem sempre funcionam – ou nem sempre da mesma forma –, “mas no processo de cuidar de nós mesmos e de nos atender não existe uma fórmula exata que, uma vez aprendida, seja infalível”.
A psicóloga Claudia Pradas tinha muita dificuldade em detectar a ansiedade e só percebia quando ela já estava em um grau muito alto, “o que podia até desencadear certas crises de ansiedade”. Agora, ao perceber que o estresse e o nervosismo estão aumentando, ela tenta se manter “segura”:
“Paro o que estou fazendo, mesmo com minha cabeça dizendo que é muito importante e, uma vez livre de meus pensamentos, tento fazer exercícios de relaxamento”.
“É como me obrigar a não pensar em nada e, claro, vejo isso como um imperativo categórico”, reconhece a psicóloga, que escreveu o livro “Todo saldrá (bien)” (Tudo acabará (bem), em português).
