Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de setembro de 2022
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou no final de semana uma lei que facilita o processo de solicitação de cidadania a estrangeiros que servem nas forças armadas do país.
De acordo com a lei, que foi publicada no portal oficial de informações jurídicas do Kremlin, os estrangeiros que servem nas forças armadas russas agora podem solicitar a cidadania sem apresentar uma autorização de residência, o que era exigido anteriormente.
Os estrangeiros que assinaram um contrato com as forças armadas russas por pelo menos um ano serão elegíveis para o procedimento, de acordo com as alterações feitas à lei “Sobre a Cidadania da Federação Russa”.
A medida ocorre depois que Putin anunciou uma “mobilização parcial” nesta semana, enquanto Moscou busca reabastecer forças esgotadas após uma contra-ofensiva bem-sucedida de Kyiv.
A medida deve mudar o escopo da invasão da Rússia de uma ofensiva travada em grande parte por voluntários para uma que envolve uma faixa maior de sua população.
Fuga e protestos
O anúncio desencadeou uma confusão para alguns russos com conversas nas redes sociais – em plataformas como o Telegram – explodindo com pessoas tentando descobrir como conseguir assentos em veículos que vão para as fronteiras. Alguns discutiam a possibilidade de atravessarem as fronteiras de bicicleta.
Mais de 8.500 russos viajaram para a vizinha Finlândia por terra, de acordo com o oficial da Guarda de Fronteira finlandesa Matti Pitkäniitty. O número representou um aumento de 62% em relação ao sábado anterior, segundo post de Pitkäniitty. Quase 4.200 russos saíram da Finlândia para a Rússia, acrescentou.
Grupos ativistas, como a Free Buryatia Foundation, disseram que as minorias étnicas na Rússia estão sendo mobilizadas desproporcionalmente.
Punições
Também neste final de semana Moscou endureceu as penas para quem se recusar a lutar, desertar ou se render ao inimigo. Pelas novas regras, quem voluntariamente se entregar aos inimigos podem esperar até 10 anos de prisão, de acordo com emendas aprovadas pelo Parlamento e pelo Conselho da Federação esta semana e que entraram em vigor com a assinatura de Putin.
De acordo com as emendas, os russos em idade militar obrigatória ou reservistas podem pegar até 10 anos de prisão se se recusarem a participar de operações de combate, segundo o Kremlin.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chamou a mobilização parcial da Rússia de “mobilização para os túmulos” e instou os soldados a se renderem.
Os soldados que se renderem serão “tratados de maneira civilizada”, prometeu Zelensky, dizendo que ninguém na Rússia saberá que sua “rendição foi voluntária” e se “têm medo de retornar à Rússia e não querem uma troca”.