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Por Redação O Sul | 25 de dezembro de 2021
Com o avanço da ômicron pelo mundo, pesquisadores na área da saúde têm concentrado os esforços em avaliar a melhor forma de proteção contra a nova variante do coronavírus. Os estudos que avaliaram as diferentes doses de reforço da vacina (incluindo combinações entre as fabricantes) mostraram que todas apresentaram maior eficácia para a prevenção do que o uso de apenas duas doses.
Mas em relação às variantes da doença, especialmente a ômicron, o que se sabe até agora?
O projeto britânico CoV-Boost, uma união de pesquisadores, mostrou em estudo publicado na revista médica Lancet que, além do vírus original das amostras chinesas de Wuhan, o soro dos pacientes com dose de reforço foi testado contra as variantes Beta (descoberta na África do Sul) e Delta (descoberta na Índia). A linhagem específica de vírus porém, não afetou muito o resultado das doses de reforço.
Contudo, a proteção contra a ômicron é um pouco menor do que as vacinas oferecidas contra versões anteriores do covid, mas a dose complementar ainda deve manter muitas pessoas fora do hospital.
Pesquisadores do Reino Unido analisaram o provável impacto que uma dose de reforço da vacina contra a covid terá na Ômicron, e dizem que ela pode fornecer cerca de 85% de proteção contra casos graves da doença.
AstraZeneca – Testes clínicos realizados pela Universidade de Oxford, na Inglaterra mostraram que a terceira dose da vacina AstraZeneca contra a covid aumentou significativamente a resposta imunológica à variante Ômicron em comparação com resultados de apenas duas doses.
Foi concluído que duas doses das vacinas contra covid de Oxford-AstraZeneca e da Pfizer-BioNTech induzem poucos anticorpos neutralizantes contra a ômicron. A dose extra aumenta significativamente as concentrações de anticorpos.
Pfizer – As farmacêuticas Pfizer e BioNTech declararam que duas doses da vacina podem não ser suficientes para proteger contra a infecção com a variante ômicron, mas que três doses são capazes de neutralizar a nova cepa.
Um estudo da Discovery Health, em parceria com o Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul (SAMRC, na sigla em inglês), apontou que duas doses da vacina Pfizer contra a covid tiveram 70% de eficácia contra hospitalizações em meio ao aumento de casos da variante Ômicron da África do Sul. A pesquisa não analisou os efeitos da dose de reforço.
Coronavac – Um estudo realizado em Hong Kong, também divulgado nesta quinta, indicou que três doses da vacina CoronaVac contra a covid não produzem níveis suficientes de anticorpos para combater a variante Ômicron. No entanto, a análise revelou que a dose de reforço da Pfizer-BioNTech forneceu “níveis protetores” de anticorpos contra a Ômicron para quem tinha completado o esquema com a CoronaVac. Segundo os pesquisadores, três doses da Pfizer também são suficientes para atingir a proteção.
Janssen – Os estudos da farmacêutica Janssen sobre a eficácia das vacinas contra a Ômicron ainda estão em andamento. A empresa informou que está fazendo análises em parceria com grupos de pesquisa da África do Sul, com amostras de soro de participantes obtidas em ensaios, sobre a dose de reforço.
Além disso, a Janssen informou que pretende buscar uma vacina específica para a Ômicron, que será desenvolvida, caso seja necessário.
Moderna – A Moderna, farmacêutica americana que desenvolveu uma das vacinas contra a covid atualmente em uso nos Estados Unidos, mas não no Brasil, afirmou na segunda-feira que o imunizante aumentou a proteção contra a variante Ômicron do coronavírus, segundo testes clínicos realizados pela companhia. A dose de reforço da vacina pode aumentar anticorpos contra Ômicron em 83 vezes.
A farmacêutica deve desenvolver uma vacina específica para a variante ômicron, e espera avançar em testes clínicos no início de 2022.