Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2025
O relatório preliminar sobre a queda do avião da Air India, que matou 260 pessoas na Índia em junho, aponta que os dois botões de fornecimento de combustível para os motores da aeronave foram desligados 29 segundos antes do impacto.
Esses botões ficam no painel do avião e são protegidos por uma trava para evitar o acionamento sem querer — é preciso puxá-lo para trás e levantá-lo antes de mudar de posição. Por isso, embora o documento não diga explicitamente, a principal hipótese é que um dos pilotos pode ter desligado propositalmente o fornecimento de combustível.
Gravações feitas durante o voo indicam que dois interruptores de controle de combustível, normalmente usados para ligar ou desligar os motores em solo, foram alternados da posição “run” (ligar) para a posição “cutoff” (desligar) logo após a decolagem.
Isso causou a perda de potência em ambos os motores.
Segundo o relatório, a gravação de voz da cabine do Boeing 787-8 mostra um dos pilotos perguntando ao outro por que havia desligado o fornecimento de combustível. O outro piloto respondeu que não havia feito isso. A identificação das vozes de cada piloto não foi especificada. Na decolagem, o copiloto pilotava o avião, enquanto o comandante supervisionava.
O documento também indica que uma das hipóteses iniciais não se confirmou: a de que o flap (dispositivo que ajuda na sustentação) não havia sido estendido. Os destroços indicam que os flaps estavam numa posição compatível com o momento do voo — decolagem.
Nenhuma recomendação foi feita para a Boeing ou à fabricante do motor, o que reforça que a investigação vai se concentrar a possibilidade de falha humana. O combustível foi submetido a testes e estava em condições satisfatórias.
Não há prazo para o relatório final ser divulgado.
O acidente
A aeronave, um Boeing 787-8 com 242 pessoas a bordo, caiu logo após decolar do aeroporto de Ahmedabad, em 12 de junho. Apenas uma pessoa, um passageiro com nacionalidade indiana e britânica, sobreviveu.
O voo tinha como destino o aeroporto de Gatwick, em Londres. Na queda, a aeronave atingiu o alojamento de uma faculdade de medicina em uma área residencial, por volta do horário do almoço. Ao todo, 29 pessoas que estavam no edifício morreram.
Entre os passageiros que estavam a bordo, 169 tinham nacionalidade indiana. O avião também levava 53 britânicos, sete portugueses e um canadense.
Pilotos aptos
O relatório do Departamento de Investigação de Acidentes Aéreos da Índia afirma que, antes do embarque, a tripulação e os pilotos foram submetidos a testes para garantir que estavam aptos a desempenhar suas funções.
Os dois pilotos, residentes da cidade indiana de Mumbai, haviam chegado a Ahmedabad no dia anterior e passado por um “período de descanso adequado”.
Os pilotos e outros tripulantes também fizeram o teste do bafômetro, após o qual foram considerados “aptos a operar o voo”.