Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2016
O vice-presidente Michel Temer deu um salto calculado ao se jogar de cabeça nas discussões sobre sua recondução ao comando nacional do PMDB. Ele encontrou na disputa interna uma porta de saída para escapar das críticas sobre seu posicionamento diante do risco de um impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Aliados do vice admitem que ele acabou “chamuscado” nos embates que travou com o governo no fim do ano passado, quando passou a ser tachado de “golpista” por simpatizantes do PT nas redes sociais e de “conspirador” por integrantes do Palácio do Planalto.
Pesquisas da legenda evidenciaram o desgaste tanto da imagem de Temer como a do PMDB. Os debates sobre um eventual afastamento de Dilma também agravaram as divisões internas do partido e colocaram Temer como alvo das alas que defendem a continuidade da aliança do PMDB com os petistas.
Foi nesse cenário que, na avaliação de um conselheiro, Temer optou por deixar o jogo em um terreno desconhecido, o do embate sobre o impeachment, para atuar em uma arena que “conhece bem e sabe que tem chances de ganhar”, a das negociações na legenda que chefia há 15 anos. A convenção da sigla está marcada para março.
A iniciativa começa a dar resultados. Aliados do vice e integrantes da ala que se aliou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em um princípio de rebelião, admitem que os dois lados trabalham para um “armistício”. Nas palavras de um senador, “todos chegaram à conclusão que a briga, neste momento, não fortalece ninguém”.
Temer se reaproximou de senadores que vinham conversando com Renan sobre a sucessão no PMDB, como Eunício Oliveira (PMDB-CE), tesoureiro do partido, e Romero Jucá (PMDB-RR), terceiro vice-presidente da legenda. (Folhapress)