Quinta-feira, 26 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 25 de junho de 2025
O governador gaúcho Eduardo Leite anunciou nessa quarta-feira (25) a criação da Secretaria da Mulher, no âmbito da administração estadual. A proposta havia sido apresentada ao Executivo, uma semana antes, pela Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa, como resposta aos casos de feminicídio e outras formas de violência de gênero no Rio Grande do Sul.
Em reunião no Palácio Piratini, com a participação de diversos deputados e deputadas estaduais, além de titulares de várias secretarias, Leite detalhou a proposta de estrutura para a nova pasta, políticas públicas e atuais investimentos no setor, que chegam a quase R$ 200 milhões neste ano.
“Neste governo, escutamos a sociedade, os deputados e as deputadas, e avançamos”, discursou. “Por isso, tomamos a decisão de criar uma secretaria para se dedicar às políticas para as mulheres, com estrutura própria, dedicada à articulação e ao fortalecimento de ações voltadas à proteção, à promoção e à autonomia das mulheres.”
Ele prosseguiu: “Com a nova pasta, vamos integrar essas ações, garantir mais efetividade e ampliar a rede de proteção. É assim que avançamos: com a escuta, com o diálogo e com a responsabilidade de construir um Estado mais justo e seguro para todas as mulheres”.
A mudança na estrutura da administração estadual para incluir a Secretaria da Mulher será encaminhada em breve pelo Poder Executivo para apreciação dos parlamentares. Ainda não há uma previsão de cronograma.
Como funcionará
A moção do Poder Legislativo para a recriação da Secretaria da Mulher foi assinada por 50 parlamentares. Já a proposta de estrutura apresentada para a nova pasta, articulada pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), conta com dois departamentos e nasce com três frentes principais: enfrentamento à violência contra as mulheres, fortalecimento das redes de acolhimento e ampliação da autonomia financeira das mulheres em situação de vulnerabilidade.
“Fizemos o levantamento completo de todas as ações já existentes voltadas às mulheres, em áreas como segurança, assistência social, saúde, educação e desenvolvimento para criarmos assim uma atuação transversal e coordenada”, destacou a titular da SPGG, Danielle Calazans. “Também buscamos referências em outros Estados, analisamos boas práticas e construímos um modelo sólido, viável e conectado com a realidade da mulher do Rio Grande do Sul.”
Atual procuradora da Mulher na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Bruna Rodrigues (PCdoB) enalteceu a sensibilidade do governo para atender ao pedido dos deputados e das deputadas:
“Hoje é um dia feliz. Nós, amanhã, teremos outro dia, porque a batalha recomeça, mas fico muito feliz hoje de estar aqui ao teu lado, entregando de volta para a cidade e para o nosso Estado aquilo que foi tão caro. Não será fácil, mas tenho certeza de que é um ato sensível do governador, porque ideologicamente nós somos de campos diferentes, mas, comumente, nós entendemos a importância de, neste momento, dar respostas à sociedade”.
(Marcello Campos)
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