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Saúde Saiba como identificar se um estudo sobre o coronavírus é confiável

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"Fake news" sobre cloroquina e outros temas têm alta circulação nos meios virtuais. (Foto: EBC)

Ninguém precisa ser especialista em ciências para diferenciar um estudo confiável sobre o coronavírus de outro com conclusões duvidosas. A garantia é da bióloga paulista Natalia Pasternak, microbiologista que preside o Instituto Questão de Ciência. “É possível obter um mínimo de senso crítico para não aceitar tudo que é divulgado”, ressalta.

A necessidade de que os cidadãos “separem o joio do trigo” e “se vacinem” contra as notícias falsas (uma espécie de praga que tem tomado de assalto as redes sociais e aplicativos de mensagem) foi um dos assuntos que a cientista mencionou em seu depoimento à CPI da Covid no Senado. E mostrou o quanto as fake news infectam a sociedade.

Mesmo explicando, detalhando e contextualizando como as pesquisas científicas são feitas, quais são os resultados mais confiáveis e como se constroem os consensos científicos, ela teve que responder a parlamentares que ainda insistem em citar trabalhos controversos e com falhas graves. Principalmente no que se refere ao “tratamento precoce” da covid, cuja suposta eficácia já foi desmentida pela ciência.

O uso de remédios como a hidroxicloroquina e ivermectina, por exemplo, que ainda ilude muita gente no País, tem predominado em debates entre os membros da comissão parlamentar de inquérito. Não raro, alguém menciona um estudo X e outra se lembra da pesquisa Y, sendo que ambas se contradizem.

Como não passar vergonha

Uma das dicas para não passar vergonha defendendo uso de cloroquina para pacientes de covid é entender o que é um estudo observacional, por exemplo. Você já deve ter ouvido que tal cidade usou o “kit-covid” e mortes por covid despencaram. Na CPI da Covid, lugares como Porto Seguro (BA) apareceram como casos de sucesso nesse sentido.

O problema é que exemplos como esses envolvem análises de pouco ou nenhum valor científico. Isso porque, movidos por ignorância ou má-fé, os defensores da cloroquina, ivermectina e similares não levam em conta toda a realidade – não raro, omitem fatos e números a respeito da pandemia.

Ao mesmo tempo em que estimulou a prescrição de fármacos ineficazes para conter a pandemia, uma cidade pode ter uma população mais jovem e menos suscetível às complicações da covid, por exemplo. Também não se pode ignorar que os sintomáticos costumam melhorar após algum tempo, independente do remédio que tomaram.

Do laboratório à farmácia

Estudos observacionais levantam a questionamentos cujas respostas são obtidas a partir dos ensaios pré-clínicos e clínicos. A diferença está no papel do cientista.

No primeiro tipo de pesquisa, ele é um coadjuvante que analisa um fenômeno que já aconteceu, faz conjecturas e elabora questões a partir disso. Já na segunda, ele é o protagonista responsável por dar início a uma intervenção e obter os resultados após algum tempo.

No caso de um medicamento ou uma vacina, esse processo se inicia nas bancadas dos laboratórios: a nova molécula é testada em culturas de células para ver quais reações acontecem ali. Se os resultados forem bons, é possível partir para a próxima etapa: as análises com cobaias.

O objetivo é avaliar os potenciais daquele candidato a remédio e como ele interage e funciona num organismo mais complexo. Caso o experimento caminhe bem, os especialistas dão o próximo passo e partem para os estudos clínicos, que envolvem seres humanos.

Na sequência, os autores publicam em revistas especializadas artigos relatando procedimento, métodos e resultados. Depois é feito o pedido de aprovação para o uso comercial nas agências regulatórias. Esse caminho é rigoroso e são pouquíssimos os candidatos a medicamento que recebem o sinal-verde para utilização junto a pacientes.

Fontes confiáveis

Vale lembrar, ainda, a importância de se prestar atenção à publicação onde um estudo científico foi divulgado – há revistas acadêmicas mais respeitadas que as outras. Na Medicina, periódicos como “The Lancet”, “The New England Journal of Medicine”, “Journal of the American Medical Association” e “British Medical Journal” são muito reconhecidos.

Uma outra maneira de saber se um trabalho científico é confiável ou não está em notar o quanto ele é citado por instituições de referência. É o caso de autoridades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), que lançam diretrizes sobre a prevenção e o tratamento de doenças como a covid.

É importante, então, ficar de olho ao que essas instituições dizem e que estudos são utilizados para embasar as recomendações. No caso do “tratamento precoce”, nenhuma dessas entidades concluiu que hidroxicloroquina, ivermectina ou outros medicamentos tragam algum benefício contra o coronavírus.

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