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Economia Saiba como o mercado vê os juros e a cotação do dólar no Brasil até o fim do ano

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Terceira alta consecutiva foi motivada pelo impacto do pacote fiscal do governo e pela disparada do dólar.(Foto: Beto Nociti/BCB)

Analistas consultados pelo Banco Central (BC) veem o dólar a R$ 5,13 no fim deste ano, bem acima da estimativa média da semana passada, de R$ 5,05, de acordo com o boletim Focus divulgado nesta segunda. O câmbio vem acumulando sucessivas altas nas últimas sessões e, nessa segunda-feira (17), encerrou as negociações a R$ 5,42. Desde o início do ano, a moeda subiu quase 12%.

Isso reflete um clima de pessimismo no mercado que vem se arrastando há meses, à medida que o mercado tem se questionado cada vez mais sobre a capacidade do governo de cumprir a meta fiscal desse ano e com os juros altos por mais tempo nos Estados Unidos, que pressionam os ativos por aqui.

Apesar desses fatores conjunturais não serem exatamente uma novidade no radar do mercado, Felipe Passero, sócio da InvestSmartXP, explica que as cotações dos ativos e as projeções do mercado continuam piorando porque ainda não há uma solução clara do governo para o equilíbrio das contas públicas no Brasil:

“Esses ruídos em torno do fiscal continuam a fazer preço porque ainda não há perspectiva de uma solução por parte do governo, e acho que por enquanto ainda não há exatamente um ‘teto’ para essa alta do dólar por conta disso, e o mercado também se questiona se Lula será capaz de fazer isso. Pode ser que as expectativas piorem ainda mais”, ele avalia.

Para Passero, o mercado esperava maior influência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre as decisões do governo, então também há uma frustração em torno disso:

“Cada vez parece que ele tem menos influência”, ele afirma. Haddad tem sido visto como uma espécie de “aliado” do mercado, tido como um integrante do governo comprometido com a meta fiscal.

Lucas Farina, economista da Genial Investimentos, explica que o dólar é a primeira variável do mercado que começa a reagir quando a percepção de risco doméstico aumenta entre os investidores.

“O mercado precisa ver o governo de fato discutindo revisão dos gastos e equilíbrio fiscal. É importante ver que há disposição para resolver isso, mas parece não ser uma prioridade, então os ativos refletem isso”, ele diz.

Os economistas ouvidos pelo BC também elevaram mais uma vez a perspectiva para a Selic no fim deste ano, de 10,25% para 10,50%, confirmando a visão majoritária de que o ciclo de cortes de juros se encerra nesta quarta (19), dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Com maior pressão do dólar e inflação voltando a subir, a expectativa de analistas é que a Selic feche o ano em 10,50%, patamar atual. No início do ano, a visão era de que a taxa cairia para um dígito.

Analistas dizem que ainda é cedo para pensar na possibilidade de um aumento na Selic neste ano, mas alertam que não há perspectiva clara de melhora no atual cenário econômico.

“Sobre possibilidade de elevação de juros, não vejo isso ainda no radar do mercado, mas tenho ouvido algumas especulações para o ano que vem”, diz Farina.

Ele destaca que há um clima de cautela no mercado antes do Copom, e avalia que o mercado estará atento para o posicionamento dos diretores indicados pelo atual governo. Na última reunião, houve uma divisão na votação que gerou desconforto entre os analistas, porque os membros mais antigos demonstraram uma posição mais restritiva, enquanto os indicados pelo atual governo votaram a favor de uma diminuição maior da taxa de juros.

“Eles vão estar em uma posição de escrutínio grande, entre agradar o mercado e serem criticados pelo governo”, afirma Farina. A Genial Investimentos não vê mais espaço para cortes na Selic em 2024.

Uma pesquisa do Valor Data com 59 bancos e casas de análise mostrou que a média das projeções de analistas para a Selic em 2024 é de 10,50%. Nenhum dos integrantes do levantamento estima um aumento na taxa básica de juros neste ano.

A projeção para inflação no fim de 2024 subiu de 3,90%, na semana passada, para 3,96%, segundo o Focus. A previsão de crescimento do PIB caiu levemente, de 2,09% para 2,08%.

Para 2025, as previsões de inflação, juros e dólar também foram revisadas para cima. O índice de preços deve fechar o ano que vem em 3,8%, segundo o Focus, ante 3,78% de projeção na semana anterior. E a expectativa é que os juros terminem 2025 em 9,5%, ante 9,25% na previsão anterior. A estimativa para o dólar subiu de R$ 5,09 para R$ 5,10.

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