Segunda-feira, 23 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 31 de dezembro de 2015
Até 1973 a homossexualidade era considerada um “transtorno antissocial da personalidade”. Mas um psiquiatra, empenhado em classificar de forma empírica as doenças mentais, a tirou da lista. Seu nome era Robert Spitzer, considerado o pai da classificação moderna das doenças mentais, morto no último dia 25 de dezembro aos 83 anos devido a um problema cardíaco.
O psiquiatra desempenhou um papel fundamental para a criação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, tido até hoje como a “Bíblia” da psiquiatria mundial. Em suas pesquisas, o médico determinou que a homossexualidade não era uma doença desde que os homossexuais se sentissem confortáveis com sua sexualidade, valendo a mesma lógica para os heterossexuais.
Em 1973, Spitzer conseguiu firmar um acordo no qual ficava estipulado que, para descrever pessoas cuja orientação sexual, seja homossexual ou heterossexual, lhes causava angústia, o diagnóstico passaria a ser o de “distúrbio de orientação sexual”. “Um transtorno médico deve estar associado a uma angústia subjetiva, sofrimento ou incapacidade da função social”, disse.
Baseado na Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), o pesquisador foi pioneiro em desenvolver um método empírico em torno das doenças mentais, além da teoria tradicional. Para o psicanalista Jack Drescher, deixar de considerar a homossexualidade como uma doença foi o maior avanço na defesa dos direitos dos homossexuais.
“O fato de que hoje se permita o casamento gay se deve em parte a Robert Spitzer.”