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Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2020
Dois satélites desativados que orbitam a Terra passarão muito perto um do outro, de 15 a 30 metros de distância, e podem colidir nesta quarta-feira (29). A possível batida está prevista para acontecer por volta das 20h30 (horário de Brasília), a uma altitude de cerca de 900 quilômetros.
A chance de colisão, segundo informou o serviço de monitoramento de detritos espaciais LeoLabs, é de 1%. Como os satélites não funcionam mais e, portanto, todos os seus comandos de controle estão desativados, não há nada que os cientistas possam fazer para impedir o choque.
Um deles é o telescópio espacial IRAS, lançado em 1983 com massa de 1.083 quilos, ocupando um espaço de aproximadamente 10,2 metros cúbicos. O outro, muito menor, é o satélite GGSE-4: lançado em 1967, pesava apenas 4,5 quilos.
“Colisões desse tipo já aconteceram no passado, claro. Mas o que é realmente interessante sobre essa é a proximidade estimada, de 15 a 30 metros”, explicou a arqueóloga espacial Alice Gorman ao site ScienceAlert. “É um encontro muito, muito próximo. Eu diria que é uma das colisões possíveis mais perigosas que vemos em muito tempo”, completou.
Se os dois satélites se chocarem, segundo Gorman, o menor será destruído, o que produzirá uma “nuvem” de detritos espaciais. O perigo para os terráqueos é nulo, já que a atmosfera do planeta daria conta de desintegrá-los antes que chegassem ao solo, mas os destroços que permanecerem no espaço poderiam colidir com outros satélites no futuro.
Ainda que a chance de colisão seja pequena, o caso reacendeu o debate sobre o que fazer com o lixo espacial que orbita a Terra. “Se não descobrirmos como nos livrar de alguns desses detritos, esse tipo de choque tornará mais difícil o lançamento de novos satélites e realização de viagens para o espaço”, alerta a especialista.
Viagens comerciais
A Axiom Space foi escolhida pela Nasa para fornecer pelo menos um módulo comercial habitável a ser conectado à Estação Espacial Internacional, para que futuramente possa receber viagens comerciais.
Essa seleção é mais um passo para permitir o desenvolvimento de destinos comerciais independentes que atendam às necessidades de longo prazo da agência espacial. A iniciativa também aumenta a vida útil da estação espacial, além de criar uma economia na órbita baixa da Terra, que futuramente poderá ter serviços de transporte, comunicação e observação.
O módulo será conectado à porta direta do Node 2 da estação espacial, e servirá como teste para a sustentabilidade ISS de receber produtos e serviços. A Nasa e a Axiom ainda iniciarão as negociações sobre os termos e o preço de um contrato de cinco anos.
O desenvolvimento de destinos comerciais em órbita baixa da Terra é um dos elementos do plano da Nasa de abrir a Estação Espacial Internacional a novas oportunidades comerciais e de marketing. A agência ainda planeja disponibilizar recursos da estação e da tripulação para uso comercial, habilitar missões privadas de astronautas e buscar oportunidades para estimular a demanda sustentável e de longo prazo por esses serviços.
“Estamos transformando a maneira como a Nasa trabalha com a indústria para beneficiar a economia global e avançar na exploração espacial”, disse o administrador da Nasa, Jim Bridenstine.