Geral Sem-teto ocupam prédio onde funcionava hotel no Centro de Porto Alegre
Por Redação O Sul | 4 de julho de 2017
O MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) ocupou, na madrugada desta terça-feira (04), o prédio onde funcionava o antigo Hotel Açores, na rua dos Andradas, 885, no Centro de Porto Alegre. Integrantes da Ocupação Lanceiros Negros, os sem-teto alegam que o prédio estava abandonado e sem função social.
O grupo chegou ao local em ônibus. Faixas do MLB foram colocadas na fachada do edifício de sete andares. A entrada do local foi trancada com cadeados e correntes. A nova ocupação recebeu o nome de Lanceiros Negros Vivem e conta com a participação de 150 famílias, de acordo com o movimento. Não foi registrado tumulto durante o ato.
“São pessoas que foram expulsas da Ocupação Lanceiros Negros, e outras famílias que vivem em áreas de risco, de tráfico. Perderam suas moradias e pertences nas enchentes e não querem passar por esses problemas”, diz o movimento.
Lanceiros Negros
Em 14 de junho, os Lanceiros Negros foram retirados de um prédio na esquina das ruas General Câmara e Andrade Neves, também no Centro da Capital. O local pertence ao governo do Estado e estava ocupado desde 2015, quando famílias que não tinham onde morar invadiram o prédio de quatro andares. O edifício abrigou a antiga sede do Ministério Público Estadual. O MLB destacou que, antes da chegada da Ocupação Lanceiros Negros, o prédio estava abandonado havia 12 anos.
A Brigada Militar foi acusada de agir com violência na desocupação, autorizada pela Justiça. O deputado estadual gaúcho Jeferson Fernandes (PT) foi preso durante a reintegração de posse. Após grande polêmica, o secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, determinou ao comando da Brigada Militar a abertura de Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias, a motivação e os fatos ocorridos durante a desocupação do imóvel. A solicitação partiu diretamente do governador José Ivo Sartori.
Na época da reintegração de posse, o governo divulgou uma nota: “Foram feitas sucessivas mediações e esgotadas todas as alternativas de resolução consensual de conflito ao longo de um ano e meio, na presença de representantes do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), seja perante o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) ou no Centro de Conciliação e Mediação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE/RS)”.
Conforme a nota, o local será reformado e ocupado pela Defesa Civil e por setores da Casa Civil gaúchas. Segundo o governo, o prédio invadido oferecia “risco por ser histórico, impróprio para habitação, sobretudo pelo piso antigo estar cedendo”.
