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Economia Taxa básica de juros no Brasil deve voltar aos dois dígitos após quase cinco anos

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Em ata, BC destacou ainda que irá avaliar necessidade de outro reajuste ainda este ano na taxa básica de juros. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

Após quase cinco anos, a Selic, taxa de juros básica, deve voltar ao patamar de dois dígitos. A expectativa unânime do mercado financeiro é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) vai elevar a taxa em 1,5 ponto porcentual nesta quarta-feira (2), passando dos atuais 9,25% para 10,75%. A última vez que a Selic esteve em dois dígitos foi maio de 2017 (10,25%).

Por trás dessa alta acelerada dos juros — a Selic estava em 2% no início do ano passado — está a inflação, em patamares muito elevados. E o cenário com que o Copom precisa lidar na reunião desta semana inclui inflação acima do esperado no IPCA-15 de janeiro e a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que pode começar a subir juros a partir de março.

“Começamos 2022 com uma inflação de 10% e as pressões para o ano são diferentes das vistas em 2003 e 2016. Naqueles momentos havia a política, a política fiscal e o câmbio ajudando. Desta vez, o Banco Central está totalmente sozinho e com riscos muito presentes e claros ao longo de 2022, além de elementos adicionais”, afirma Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Vale prevê duas altas de 1,5 ponto porcentual da Selic, em fevereiro e março, mas não descarta o risco de um aumento residual à frente. “O BC tem sinalizado que não vai forçar a mão para tentar trazer essa inflação para meta (de 3,50%) já neste ano, mas isso não significa que, com uma inflação próxima de 6% (a previsão da consultoria é 5,8%), ele não tenha de atuar com mais agressividade”, pondera.

O economista e sócio da Tendências Silvio Campos Neto afirma que a combinação entre quadro inflacionário pressionado, riscos de combustíveis e aumento das expectativas de inflação do mercado sugerem um viés de alta na trajetória esperada para a taxa Selic, a 11,50% no fim do ciclo, em março. O cenário da consultoria indica IPCA de 4,60% este ano, com viés de alta.

“Isso, combinado com o Fed mais agressivo, tornando as condições financeiras muito mais restritivas, mantém no jogo a possibilidade de o ciclo ir muito mais longe do que a gente imagina”, diz o economista. “Mas é claro que existe o fator atenuante, que é o estágio já avançado do ciclo, que já vai deixar os juros reais bastante contracionistas.”

Para o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, a combinação de preocupações com inflação doméstica e ambiente externo desafiador sinalizam a manutenção do ritmo de aperto monetário de 1,5 ponto porcentual este mês. A tendência, de acordo com o economista, é que o Copom se ampare na sinalização do último comunicado para fazer frente às incertezas.

“Como o Fed está subindo juros, o prêmio de risco cobrado pelo mundo aumenta, e isso acaba aumentando a incerteza do cenário”, diz Chermont. “O IPCA-15 também adiciona uma insegurança para o BC vislumbrar um ambiente inflacionário mais benigno daqui para a frente, coloca uma dúvida sobre se a inflação já fez o pico, se vai começar a ceder. É um quadro desafiador para tirar o pé do acelerador.”

O cenário da Quantitas contempla mais um aumento de juros de 1,0 ponto porcentual em março, com Selic final de 11,75%, com viés de alta. As projeções da gestora consideram um IPCA de 5,30% em 2022, já levando em conta um impacto negativo de 0,90 ponto porcentual da PEC negociada pelo governo para zerar impostos federais sobre energia e combustíveis e uma bandeira tarifária verde ou amarela no fim do ano.

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