Domingo, 19 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 22 de agosto de 2015
“Eu tenho medo do deputado Eduardo Cunha [PMDB-RJ]”, afirmou o lobista Júlio Camargo aos investigadores da Operação Lava-Jato para tentar justificar a decisão de mudar sua delação premiada para acusar o presidente da Câmara de receber 5 milhões de dólares de propina do esquema de corrupção da Petrobras.
Segundo o lobista, Cunha é um homem poderoso, que teria condições de retaliar sua família e suas empresas, de forma direta ou indireta. “Estamos tratando da terceira pessoa mais importante do país e de uma pessoa agressiva quando quer alcançar seus objetivos”, disse Camargo.
O lobista destacou ainda que repensou sua fala porque “não queria ter mais qualquer pendência neste tema e queria ir até o fim”. Boa parte da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra Cunha pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro leva em consideração a colaboração de Camargo com as investigações.
Segundo procuradores, a mentira do delator pode ter efeito sobre seus benefícios acertados em troca da colaboração com as investigações.
O Ministério Público afirma que Cunha recebeu 5 milhões de dólares em propina. Os pagamentos ocorreram, segundo a PGR, entre 2007 e 2012, após o fechamento de contratos entre a Petrobras e a Samsung Heavy Industries, da Coreia do Sul, para fornecimento de dois navios-sondas para a estatal do petróleo no valor total de 1,2 bilhão de dólares. (Folhapress)