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Mundo Tensão e cenas de desespero entre argentinos no aeroporto do Galeão, no Rio, com a vigência dos novos controles pela pandemia no país vizinho

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Decisão do presidente argentino de isolar o país causou confusão no período de festas do natal. (Foto: Reprodução/Twitter)

Quando me ouviu falando português, o funcionário da companhia aérea Aerolíneas Argentinas se preparou para me dar a péssima notícia de que eu não poderia embarcar no voo para Buenos Aires. Me olhou com a mesma expressão que olhou para vários brasileiros que, no primeiro dia de vigência das novas regras de controle da pandemia implementadas pelo governo do presidente Alberto Fernández, foram surpreendidos com a desagradável surpresa de que estrangeiros não podem, a princípio até o próximo dia 8 de janeiro, entrar na Argentina. Não foi o meu caso, porque tenho residência e fiz na véspera o exame exigido a todos os passageiros.

Alívio para o atendente da Aerolíneas que, pelo menos comigo, não enfrentaria uma cena de desespero como muitas que se viram na tarde da última sexta (25), no Galeão. Cerca de 30 passageiros do voo (de um total de pouco mais de 50) foram barrados no check-in de um Aeroporto Internacional do Galeão praticamente deserto. Tão deserto que no Free Shop do embarque internacional quatro barras de chocolate suíço são vendidas pelo preço de uma.

Estrangeiros não podem entrar na Argentina, salvo tendo residência ou sendo parentes diretos de um argentino. Esse último caso deve ser autorizado pelas autoridades locais e implica o pagamento de 9 mil pesos por pessoa (US$ 110, no mercado oficial). No Aeroporto Internacional de Ezeiza, principal terminal aéreo do país, pessoas nessa categoria devem esperar pela autorização oficial, após a qual fazem o pagamento, em dinheiro ou cartão de crédito. Se um argentino está casado com uma estrangeira e tem filhos que nasceram fora do país, está obrigado a pagar a seu país para entrar com sua família.

Em todos os casos, argentinos e estrangeiros residentes devem apresentar um exame PCR negativo, cujo resultado tenha sido entregue no máximo 72 horas antes do embarque. Na última sexta (25), famílias inteiras de argentinos foram impedidas de voltar a seu país porque não tinham feito o teste. Alguns tinham chegado ao Galeão sem sequer passar pelo Rio, porque estavam instalados em cidades como Búzios. A indignação foi enorme quando souberam que não poderiam viajar. Fazer o teste e obter o resultado demoraria pelo menos 48 horas. Depois de muita briga, o único jeito foi buscar um lugar para ficar no Rio e agendar um exame de PCR que custa, em geral, em torno de R$ 350 por pessoa.

As regras do governo argentino mudaram de um dia para o outro, num cenário de enorme incerteza. Com a curva de contágios em ascensão nos vizinhos, principalmente no Brasil, o presidente argentino começou a avaliar a possibilidade de fechar o país novamente no começo da semana passada. A dúvida era a dimensão do isolamento, e várias opções foram estudadas. A Covid-19 já matou 42.422 argentinos, e o número de contágios alcançou 1.574.554. Fernández está preocupado com a deterioração dos indicadores nas últimas semanas e, sobretudo, com o impacto que terá nesses indicadores o descontrole das festas de Natal e Ano Novo, e as férias de verão.

Depois de ter implementado uma das quarentenas mais longas do mundo, a Argentina começou a afrouxar as regras de isolamento há alguns meses, e o cansaço da população levou, em alguns casos, ao abandono de todos os protocolos de distanciamento social. Se estrangeiros são barrados e argentinos devem apresentar exame de PCR, a poucos minutos de Ezeiza, famílias organizam piqueniques, em alguns casos, sem sequer usarem máscaras.

A rigidez de algumas regras adotadas pelo governo contrasta com cenas que chocaram o país e o mundo nos últimos tempos, entre elas e com destaque a multidão aglomerada na Casa Rosada para participar do velório do craque Diego Maradona. Se a Argentina conseguiu, num primeiro momento, conter o avanço da pandemia, faz tempo que o comportamento do governo Fernández é errático.

Estrangeiros não podem entrar, mas argentinos vão tirar férias nas praias da província de Buenos Aires e em outras cidades do interior do país, em muitos casos, com amplas vantagens financeiras oferecidas pelo governo para impulsionar o turismo interno.

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