Sexta-feira, 27 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 14 de janeiro de 2016
Quem consultar qualquer livro didático publicado depois de 2006 lerá que o Sistema Solar tem oito planetas. Mas quem disse que não há mais nenhum, além de Netuno, tão distante que apenas não pôde ser detectado ainda? Alguns astrônomos começam a achar que esse pode ser o caso.
No fim do século 19, o astrônomo Percival Lowell fez cálculos que sugeriam uma discrepância na órbita de Netuno, o oitavo planeta, como se ela estivesse sendo perturbada por um objeto de grande porte ainda mais afastado. Ele batizou esse hipotético astro de “planeta X”.
Não por acaso, no Observatório Lowell, em 1930, o americano Clyde Tombaugh encontraria Plutão, e os astrônomos dariam a busca como terminada. Mas, no fim das contas, nem o astro descoberto tinha massa que justificasse as perturbações na órbita de Netuno, nem a órbita de Netuno de fato tinha perturbações. Tudo errado.
Cinturão de Kuiper.
Ao mesmo tempo, os astrônomos foram descobrindo que Plutão não estava só. Muitos outros objetos orbitavam naquela mesma região, o chamado cinturão de Kuiper. Em 2006, Plutão acabou rebaixado a “planeta anão”, e o pessoal passou a régua no Sistema Solar.
Só que alguns desses primos de Plutão acabaram revelando ter órbitas muito alongadas, possível fruto da perturbação de um astro de porte planetário ainda mais distante. Isso levou à retomada, nos últimos anos, da busca pelo “planeta X”, versão “remasterizada”.
Observações com o satélite Wise, da Nasa (agência espacial americana), vasculharam todo o céu e não acharam nada. Isso impôs limites a esse hipotético mundo. Ele não pode ser um planeta gigante. Mas ainda é possível que exista um planeta um pouco maior que o nosso, uma “superterra” a ser descoberta nos cafundós do Sistema Solar. Improvável? Sim. Impossível? Não.
Esse hipotético nono planeta, se existir mesmo, nunca se aproxima das regiões internas do Sistema Solar. Não é, portanto, nada parecido com os infames Nibiru e Hercólubus, que não passam de lendas urbanas.