Quinta-feira, 27 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de abril de 2019
Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) calculou e analisou a média de investimentos no setor de saneamento entre os anos de 2014 e 2017. Na análise, foi percebido que o ano com menor repasse de recursos para a área foi em 2017, quando os valores caíram em 7,8%, se comparado ao ano anterior. Ao todo, R$10,9 bilhões foram direcionados para melhorar a infraestrutura nos serviços de água e esgoto no país. Este se trata do menor valor investido nesta década, sendo que a média de gastos previstos é de cerca de R$21,6 milhões.
Através dessa análise, a CNI mensurou que a universalização dos serviços, prevista para até 2033 pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), só será possível a partir da década de 2060. Para que a meta lançada anteriormente seja possível, o Brasil precisará aumentar em cerca de 70% a destinação de recursos. “A terceira queda consecutiva nos investimentos do setor mais atrasado da infraestrutura brasileira torna a universalização ainda mais distante. Nesse ritmo, acontecerá só daqui a mais de 45 anos”, expõe o presidente da CNI em exercício, Paulo Afonso Ferreira.
A melhoria no setor deve gerar valorização de imóveis, aumento da produtividade dos trabalhadores, melhora na saúde da população em geral e redução nos índices de mortalidade infantil e de incidência de doenças como diarreia e vômitos, o que diminuiria gastos com médicos, internações e medicamentos. Os benefícios do investimento na qualidade da água e na coleta/tratamento de esgoto impactam também na redução da transmissão de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela.
Na última quinta-feira (28) representantes do setor produtivo e do governo debateram políticas para promover a segurança hídrica e a universalização do saneamento, durante o seminário Dia Mundial da Água na Indústria, promovido pela CNI, em Brasília. Ficou previsto uma intensificação entre o diálogo da indústria com o governo, para a conversão em lei da Medida Provisória 868/2018, que aperfeiçoa regras sobre o saneamento básico. Segundo a CNI, só será possível universalizar o saneamento básico no Brasil se o país contar com a participação privada na gestão de companhias de água e esgoto.
*Estagiária sob supervisão de Marjana Vargas