Quarta-feira, 10 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de setembro de 2025
Foi fraca a movimentação em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (2), primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus do “núcleo crucial” da ação da trama golpista. O comerciante Marlon Costa, postado a poucos metros do Supremo, lamentou que não tenha vendido canecas com a imagem de Bolsonaro e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Quem entrar na Praça dos Três Poderes tem que ser revistado. Isso diminui muito o movimento. Por isso resolvi colocar minha barraca na calçada do lado de fora da praça, mas não tive sucesso”, disse o comerciante. A praça fica entre a Corte, o Palácio do Planalto e o Congresso.
Além das canecas de Lula e Bolsonaro, são vendidas estátuas da Justiça, broches com o brasão da República e itens com artes de pontos turísticos de Brasília.
A Polícia Militar (PM) do Distrito Federal não registrou qualquer ocorrência na Praça dos Três Poderes no primeiro dia de julgamento. Segundo o tenente Igor, pela manhã alguns poucos manifestantes foram orientados a protestar no gramado em frente ao Congresso.
A corporação montou um esquema reforçado de segurança. Para o caso de qualquer tumulto, um ônibus e viaturas da PM passaram o dia estacionados em volta do STF. Policiais perguntam por armas e facas durante a revista pessoal a toda pessoa que entrar na Praça dos Três Poderes.
Julgamento
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu no início da tarde dessa quarta-feira (3) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus do núcleo 1 da trama golpista. O julgamento será retomado na próxima terça-feira (9) pela manhã, quando serão ouvidos os votos dos ministros.
Foram destinadas oito sessões para análise do caso, marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
A votação que vai condenar ou absolver os réus deve começar somente nas próximas sessões. As penas podem passar de 30 anos de prisão.
Na manhã dessa quarta, os advogados de defesa de quatro réus puderam fazer suas explanações sobre o processo.
A defesa do general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), procurou demonstrar que seu cliente teria se distanciado de Jair Bolsonaro, por isso nunca conversou com o ex-presidente sobre qualquer tentativa de golpe.
Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmaram que “não há uma única prova” da participação dele na trama golpista. Para o advogado Celso Vilardi, Bolsonaro foi “dragado” para os fatos investigados pela Polícia Federal e não atentou contra o Estado Democrático de Direito.
O advogado do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira disse que seu cliente tentou demover Jair Bolsonaro de tentativas de golpe de Estado. Para Andrew Fernandes, “está mais do que provado que o general Paulo Sérgio é inocente”.
Por último, falou o advogado José Luis Mendes de Oliveira Lima, que defende o general Walter Braga Netto. Segundo ele, seu cliente pode ser condenado a morrer na cadeia com base em uma “delação premiada mentirosa” do tenente-coronel Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Braga Netto foi ex-ministro da Casa Civil e vice de Jair Bolsonaro na chapa que concorreu à presidência da República de 2022. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da Agência Brasil.