Segunda-feira, 20 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2015
O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que houve uma tentativa de boicote ao seu trabalho no comando da articulação política do governo. Apesar disso, negou que esse fato o tenha pressionado a deixar o posto. Temer disse que, como articulador político, “desmatou” para que outros agora possam trabalhar, e que viu de forma positiva o fato de integrantes do governo estarem procurando lideranças do PMDB para abrir um canal alternativo de diálogo.
“De alguma maneira esse fato se verificou [tentativa de boicote]. Foram desajustes que, muitas vezes, acontecem em qualquer governo. Mas não foi isso que me pressionou, não [a deixar a articulação], porque nós, da vida pública, temos que estar acima dos acontecimentos. Quando vi que, de fato, alguns tantos estavam procurando lideranças, disse: ‘Olhe só, que coisa boa: o governo está encontrando seu caminho’. Eu abri o caminho, desmatei e agora, com o caminho aberto, as pessoas podem trabalhar.”
O vice teve sua atuação questionada depois de declarar, em agosto, ser preciso “alguém” para reunificar o País. A frase foi interpretada por ministros ligados à presidenta Dilma Rousseff como um sinal de que Temer estaria de olho na Presidência.
“O que mais me ofendeu nesse episódio foi me darem o epíteto de asno, quer dizer, sou tão burro que sou capaz de verbalizar uma coisa como essa. Se estivesse querendo fazer isso, jamais pronunciaria aquela palavra. Eu agiria subterraneamente”, afirmou Temer, que disse ter combinado com Dilma a declaração e que ela “não se deixou levar por intrigas”.
O peemedebista admitiu a possibilidade de se lançar candidato a presidente em 2018: “Isso depende muito das circunstâncias”. Ele reconheceu, porém, que a aliança do PMDB com o PT está desgastada e apresentou uma hipótese “extrema” para 2018: a de a legenda lançar candidato e os petistas o apoiarem, uma combinação que seria inédita. (AG)