Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2019
A China disse nesta quinta-feira (30) que a guerra comercial deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com base em tarifas punitivas e sanções contra as companhias chinesas constitui “terrorismo econômico”.
“Somos contrários à guerra comercial, mas não temos medo”, afirmou em entrevista coletiva o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Zhang Hanhui.
“Rejeitamos completamente este recurso sistemático às sanções comerciais, às tarifas e ao protecionismo. Esta instigação premeditada de um conflito comercial constitui terrorismo econômico, chauvinismo econômico e assédio econômico puro e duro”, ressaltou Hanhui.
“O unilateralismo e o assédio desenvolvidos afetam gravemente as relações internacionais e seus princípios fundamentais”, disse ele. “Este conflito comercial também terá um impacto negativo importante no desenvolvimento e na retomada da economia mundial.”
A guerra comercial entre China e EUA se intensificou no início de maio, quando Washington aumentou as tarifas de importação sobre diversos produtos chineses.
Trump também aumentou a pressão sobre a Huawei, a gigante chinesa das telecomunicações, líder mundial de tecnologia 5G. Em nome da segurança nacional, uma lei americana proíbe desde 2018 que órgãos federais comprem equipamentos e serviços da Huawei ou trabalhem com afiliadas do grupo.
A gestão Trump também proibiu que empresas americanas vendam componentes à Huawei, o que ameaça a sobrevivência da empresa, já que seus smartphones dependem de componentes fabricados nos EUA.
Washington afirma que Pequim pode estar manipulando os sistemas da Huawei para espionar outros países e interferir em comunicações cruciais, e pede que estes evitem as redes 5G do grupo chinês.
Que outras guerras comerciais estão acontecendo?
A guerra comercial entre os EUA e a China teve um efeito em cadeia sobre outros países e a economia global.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que a escalada da tensão comercial foi um fator que contribuiu para uma “expansão global significativamente mais fraca” no ano passado, quando reduziu sua previsão de crescimento global para 2019.
Alguns países também podem ser indiretamente afetados – especialmente aqueles que são parceiros comerciais importantes dos EUA ou da China – ou desempenham papéis importantes em suas cadeias de suprimento.
A guerra com a China é parte de uma série de batalhas comerciais que os EUA travaram com outros países no ano passado.
Trump impôs tarifas sobre as importações do México, do Canadá e da União Europeia, para incentivar os consumidores a comprarem produtos nacionais. Todos esses países retaliaram, por sua vez, com tarifas sobre produtos americanos