Domingo, 13 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 24 de julho de 2019
O advogado Ariovaldo Moreira afirmou na noite desta quarta-feira (24) que o DJ Gustavo Henrique Elias Santos disse em depoimento à PF (Polícia Federal) que a intenção de Walter Delgatti Neto, apontado como o hacker que invadiu os celulares do ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, e outras autoridades, queria vender ao PT as mensagens que obteve.
Moreira deu as declarações após os depoimentos prestados por Gustavo Santos e pela mulher dele, Suelen Priscila de Oliveira, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde estão presos. Segundo o advogado, Gustavo Santos disse aos investigadores que ouviu essa versão do próprio Walter Delgatti.
“Essa informação, isso daí está nos autos, é oficial. Então, ele confirma que o Walter mandou mensagem para ele, mandou inclusive parte da interceptação telefônica do juiz Sergio Moro e a intenção, segundo ele, o meu cliente, ele dá conta de que o Walter disse a ele que a intenção era vender esse produto, essas informações, para o Partido dos Trabalhadores”, declarou.
De acordo com o advogado, Walter Delgatti manifestou essa intenção “na hora que ele mostrou as informações para o meu cliente. Meu cliente falou para ele mais de uma vez: ‘Rapaz, isso é um pouco perigoso, toma cuidado’. E ele falou: ‘A minha intenção é vender para o Partido dos Trabalhadores”.
O advogado afirmou que Gustavo Santos tem conhecimento somente da suposta intenção de Delgatti de vender o material, mas disse não saber se ele procurou alguém e se vendeu. “Meu cliente não tem essa informação. A única coisa que meu cliente narrou é que o Walter disse para ele a intenção de vender isso para o Partido dos Trabalhadores. Se ele vendeu, se ele n vendeu, se ele entregou esse material gratuitamente pra alguém, isso nós não sabemos”.
Segundo Moreira, o cliente disse no depoimento que Delgatti é “um sujeito bem propenso ao Partido dos Trabalhadores. É uma pessoa que tem uma certa simpatia ao Partido dos Trabalhadores”. De acordo com o advogado, “no primeiro momento o Gustavo não acreditou quando ele [Delgatti] encaminhou para ele parte das conversas. Aí, em um segundo momento, que além das conversas do juiz, ele apresenta outras pessoas interceptadas, que, segundo consta, que, segundo o Walter narra, foi ele que interceptou”.
Sérgio Moro foi o juiz responsável pela condenação em primeira instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Posteriormente, o juiz deixou o cargo para assumir o Ministério da Justiça no governo do presidente Jair Bolsonaro.