Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro apresentou o advogado-geral da União, André Mendonça, como pastor ao público que o aguardava na saída do Palácio da Alvorada na manhã desta quarta-feira (13). “Ele vai fazer uma oração pelo nosso Brasil e por todos nós, tá ok?”, avisou o presidente, momentos após ter perguntando se havia algum evangélico entre as pessoas que o aplaudiam na grade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
“Obrigado pela missão que vocês me deram, por estar aqui. A gente vai fazer o possível com essa equipe maravilhosa”, disse Bolsonaro, que, além de Mendonça, também estava acompanhado por Roberto Campos, presidente do Banco Central, e Paulo Guedes, ministro da Economia.
Durante a oração, Mendonça, que é pastor da Igreja Presbiteriana, agradeceu pela vida, pelo País e “por essas mulheres”, em referência ao público majoritariamente feminino na saída do Alvorada, que chamou o presidente de “leão”, em alusão ao vídeo postado por ele – e depois apagado – nas redes sociais. “Que o senhor traga justiça, paz e prosperidade. Em nome de Jesus”, finalizou o advogado-geral da União.
Ministro “terrivelmente evangélico”
Em 10 de julho, após o Supremo Tribunal Federal ter equiparado a discriminação com base em orientação sexual e identidade de gênero ao crime de racismo, Bolsonaro afirmou que indicaria para a Corte um novo ministro “terrivelmente evangélico”. Cinco dias depois, ele usou o mesmo termo para referir-se a André Mendonça, durante evento na Câmara dos Deputados.
Dentre as pautas já defendidas por Mendonça, estão a realização de operações policiais em universidades públicas, a prisão após condenação em segunda instância e uma apuração sobre o depoimento do porteiro nas investigações da execução de Marielle Franco. É dele também o estudo de um projeto que visa posicionamento mais incisivo do governo contra a suposta “ideologia de gênero” nas escolas.
Acordos de leniência
No último dia 6, André Mendonça defendeu enfaticamente os acordos de leniência. Segundo ele, ‘a empresa entra confessando pecados e sai como parceiro institucional, uma vez que tem o seu programa de integridade monitorado’.
“Essas empresas que fizeram acordos têm menor probabilidade de terem problemas, pois assumiram compromisso de integridade efetivos”, declarou Mendonça.
Ele observou que a AGU tem a possibilidade de a cada seis meses ‘acompanhar a implementação do programa e fazer ajustes e recomendações’.
“A empresa se torna parceira no sentido de promover a integridade e a ética corporativa nesse país”, afirmou na ocasião.
Segundo André Mendonça, ‘diferentemente de cem anos atrás, onde se via o direito sancionatório tendo uma finalidade repressiva, vemos o direito sancionatório desde uma perspectiva preventiva’.
De acordo com o AGU, os acordos de leniência estão inseridos em uma mudança cultural.
“Nos acordos hoje não recuperamos menos que 70%”, informou. “Alguns casos, 80%, 90% e 95%. Fazendo acordo, abrindo mão de sanções, abrindo mão de uma ação judicial.”