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Mundo Após negociar com a União Europeia, Mercosul busca agora acordo com os Estados Unidos

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Em meio à crise, boa relação entre Jair Bolsonaro e Donald Trump (E) não impediu efeitos de barreiras tarifárias. (Foto: Alan Santos/PR)

Brasil e Argentina querem aproveitar a assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia para inaugurar conversas do bloco econômico com os Estados Unidos sobre a formação de uma área de livre-comércio. O presidente da Argentina, Mauricio Macri, falou na última quarta-feira (4), publicamente sobre essa intenção. Uma fonte do governo brasileiro confirmou que há interesse mútuo em que a pauta avance. O tema também foi abordado entre representantes dos dois países na semana passada, em Bruxelas, onde foi concluída a negociação para o acordo entre Mercosul e União Europeia. As informações são do portal UOL e Agência Brasil.

A avaliação é que o bloco sul-americano está diante de uma janela de oportunidade única. De um lado, há dois governos com visão liberal na Argentina e no Brasil. Além disso, o presidente americano, Donald Trump, vê com bons olhos o estreitamento das relações com Jair Bolsonaro e Macri.

Nos EUA, o ambiente é também favorável para a negociação de acordos comerciais. Em março, durante visita de Bolsonaro aos EUA, a possibilidade de abertura de negociações comerciais foi apresentada aos americanos, segundo fonte a par das conversas. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, discutiram de maneira preliminar o tema com o secretário de Comércio, Wilbur Ross, e com o principal negociador comercial da Casa Branca, Robert Lightizer.

“Apetite negociador”

O anúncio do fechamento do acordo Mercosul-União Europeia vai provocar o surgimento de um “apetite negociador” por parte de outras nações em favor de investimentos no Brasil ou em associação com o bloco da América do Sul, disse na terça-feira (2) o chanceler brasileiro Ernesto Araújo.

“Estamos muito próximos de um acordo com o EFTA (Associação de Livre Comércio composta pela Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) e com o Canadá, talvez no segundo semestre de 2019”, disse Araújo. Segundo ele, também está próximo o fechamento de um acordo do Mercosul com Singapura e com a Coreia do Sul.

Ao lado do embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, que chefiou a delegação de negociadores brasileiros que discutiu a parte comercial do acordo, Ernesto Araújo afirmou que já é possível prever a materialização de investimentos em todo o Mercosul, antes mesmo da assinatura do acordo com a UE.

Araújo e Costa e Silva apresentaram uma série de ações que precisam ser adotadas antes que o acordo seja assinado. Em um primeiro momento, tanto a União Europeia quanto o Mercosul estão realizando uma revisão legal de todos os documentos elaborados pelos dois lados. Depois desse procedimento, a UE vai traduzir cada um dos documentos para todos os idiomas falados na Europa.

Após dessa etapa, os termos do acordo vão ser examinados pelos parlamentos dos países da UE e do Mercosul. O Parlamento Europeu, que é composto de parlamentares eleitos pelos cidadãos que integram a UE, vai examinar só a parte econômica e comercial do acordo. Uma vez aprovados pelos parlamentares europeus (e também pelos congressos de cada um dos países do Mercosul), todos os tópicos econômicos e comerciais negociados entre a UE e o Mercosul entrarão em vigor imediatamente

Já a parte política negociada entre os dois blocos não será apresentada ao Parlamento Europeu e sim aos parlamentos de cada uma das 28 nações que compõem a União Europeia. Portanto, os tópicos políticos só entrarão em vigor depois que os parlamentos de cada países europeus aprovarem o teor dos documentos. Já os congressos do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina vão se responsabilizar não só pela aprovação dos tópicos políticos, como também pelos tratados econômicos e comerciais propostos pelos negociadores.

O chanceler brasileiro afirmou que a negociação do Mercosul com a União Europeia obedeceu ao desejo dos governos do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai de buscar a integração com o mundo, evitando assim o isolamento. Ele citou o bom relacionamento existente entre os governos do Brasil e da Argentina como fator que deve incentivar a reforma do Mercosul.

Segundo Araújo, tanto Ministério da Economia brasileiro quanto o Itamaraty estão trabalhando em favor da reforma do Mercosul. “Uma das metas é a reforma da Tarifa Externa Comum [TEC]”, que é um mecanismo utilizado constantemente pelos países membros do bloco para proteger seus mercados. “Essa reforma cresce com a aprovação do acordo”, disse o chanceler brasileiro.

“Um Mercosul fechado para nós e para o mundo não é interessante. O que interessa é remover barreiras entre os quatro sócios para o bloco virar uma plataforma eficiente de negociação com terceiros”, assinalou o chanceler.

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https://www.osul.com.br/apos-negociar-com-a-uniao-europeia-o-mercosul-busca-agora-um-acordo-com-os-estados-unidos/ Após negociar com a União Europeia, Mercosul busca agora acordo com os Estados Unidos 2019-07-06
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