Quarta-feira, 02 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de julho de 2018
Mesmo que as motos representem apenas 11% (94 mil) da frota de veículos cadastrados na Capital (835 mil), entre 2013 e 2017 os motociclistas se envolveram em 40% dos óbitos no trânsito. Foram 550 vítimas fatais nestes últimos cinco anos, sendo 220 casos relacionados às motos, considerando motociclistas e pedestres atropelados por motocicletas. No primeiro semestre de 2018, entre as 42 mortes no trânsito, 22 casos estiveram relacionados às motocicletas, sendo 15 condutores, um carona e seis pedestres vítimas de atropelamentos. Em razão desta realidade preocupante, a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) destacou julho como mês de reforço em ações para redução de riscos na circulação das motos. A abertura das atividades ocorre nesta sexta-feira (13), com vistoria gratuita de motos, das 14h às 16h, na rua João Neves da Fontoura, nº 7, portão 3 (rampa), com orientações sobre cuidados envolvendo basicamente itens de segurança.
Durante a vistoria haverá distribuição de material educativo, além de orientações aos condutores sobre prevenção da saúde. Alunos do curso de Enfermagem da Faculdade FACTUM realizarão testes de Glicemia Capilar e Verificação Arterial, bem como orientações sobre Diabetes e Hipertensão.
Essa parceria deve-se a adesão da FACTUM ao projeto EPTC no Ensino Superior. A iniciativa é da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, por intermédio da EPTC, via Coordenação de Educação para a Mobilidade; e da SMS (Secretaria Municipal da Saúde), por meio da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, de acordo com o programa Vida no Trânsito.
Pesquisa
De acordo com pesquisa desenvolvida pelo Programa Vida no Trânsito/SMS/Detran – ação coordenada pelo Ministério da Saúde para fortalecimento de preservação de lesões e mortes no trânsito, a partir da análise de acidentes com óbitos e feridos graves, criando estratégias de intervenções voltadas à segurança no trânsito, as principais razões da acidentalidade com motos em Porto Alegre são as seguintes, dentro de um quadro geral de imprudências: excesso de velocidade, associação de uso de álcool e direção, sendo que, em média, 25% dos condutores acidentados não eram habilitados (sem CNH) a conduzir motos.
Perfil
Complementando as causas da acidentalidade, a pesquisa do Programa Vida no Trânsito procurou entender o comportamento dos condutores de motos em Porto Alegre, identificando o perfil, hábitos de segurança, como eles percebem sua exposição aos fatores de risco e como analisam o compartilhamento da via com os demais usuários. Para isso, foram entrevistados mais de 500 motociclistas entre os meses de junho e julho de 2017.
Resultado: os condutores de motos que circulam na Capital são predominantemente do sexo masculino (91,6%), idade entre 25 e 39 anos (56,8%), com nível médio de escolaridade (61,2%) e residentes em Porto Alegre (70,2%). Esses motociclistas conduzem principalmente motos de até 150 cilindradas (61,9%), utilizadas para deslocamento ao trabalho (53,3%) ou como instrumento de trabalho (33,5%), sendo usadas todos os dias (71,8%).
Porto Alegre
Na Capital, a proporção de motocicletas na frota cresceu quase 50% em 15 anos. De 7,6% da frota do município (49.125 motocicletas) em 2001 para 11,32% (94.461) em 2017. Um dado inquietante é o da mortalidade dos acidentes de motocicleta, quando se relativiza pelo tamanho da frota existente.
Em 2001, os óbitos de motociclistas representavam 17% do total de mortes em acidentes de trânsito em Porto Alegre. Essa proporção aumentou para 40% em 2017.
Acidentes
De acordo com levantamento da Coordenação de Informações de Trânsito da EPTC, os locais de Porto Alegre com maior número de acidentes com motos, entre 2016 e maio de 2018, foram os seguintes: Protásio Alves (407); Bento Gonçalves (327); Assis Brasil (313); Sertório (222) e Ipiranga (202); Oscar Pereira x Aparício Borges (11); Ipiranga x Salvador França (8); Ipiranga x Silva Só (8); Sertório x Ceará (6); Otto Niemeyer x Cavalhada (6).