Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2019
Em visita oficial ao Brasil, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, foi recebido nesta quarta-feira (16), no Palácio do Planalto, em Brasília, pelo presidente Jair Bolsonaro. Esse é o primeiro encontro entre os chefes de Estado desde a posse do mandatário brasileiro. O argentino não compareceu à cerimônia realizada na capital federal em 1º de janeiro.
Macri chegou por volta das 10h30min ao Planalto. O argentino passou em revista às tropas e subiu a rampa do palácio até a entrada do Salão Nobre, onde era aguardado por Bolsonaro. Houve a execução dos hinos do Brasil e da Argentina e os presidentes posaram para fotos.
Pauta do encontro
Segundo o governo brasileiro, o futuro do Mercosul e a situação da Venezuela, que enfrenta uma grave crise política agravada com a posse de Nicolás Maduro para mais um mandato, estão na pauta do encontro. O mandato de Maduro é considerado “ilegítimo” pelo Brasil. A Venezuela enfrenta há anos uma crise econômica e social que, no caso do Brasil, tem reflexo no fluxo migratório registrado em Roraima.
Mais cedo, Bolsonaro afirmou no Twitter que a reunião com o presidente argentino é uma “grande oportunidade” de estreitar as relações com o país vizinho. “Hoje, às 10h30, receberei o presidente da Argentina, Mauricio Macri. É a primeira visita oficial de um chefe de Estado ao Brasil desde a minha posse. Uma grande oportunidade de reforçar os laços de amizade com essa nação-irmã!”, escreveu Bolsonaro na rede social.
Negociações para acordos bilaterais, além de medidas de flexibilização do Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) também fazem parte da pauta da reunião. Os acordos deverão ser negociados nas áreas de comércio, combate ao crime organizado e corrupção, indústria de defesa, desenvolvimento espacial, energia nuclear e dinamização do comércio bilateral.
Fórum Econômico
Faltando poucos dias para embarcar rumo a Davos (Suíça), onde participará do Fórum Econômico Mundial, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pretende aproveitar o encontro para mostrar que o Brasil quer fazer comércio com o mundo todo.
“Eu mostrarei nosso desejo de fazer comércio com o mundo todo, prezando pela liberdade econômica, acordos bilaterais e saúde fiscal”, escreveu nas redes sociais. “Com esses pilares, o Brasil caminhará na direção do pleno emprego e da prosperidade. Espero trazer boas experiências e avanços ao nosso país.”
Bolsonaro deve embarcar no domingo (20) para o encontro. Em sua comitiva devem estar alguns de seus ministros, como Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Paulo Guedes (Economia), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
A fala é uma sinalização distinta à feita pelo presidente durante a campanha eleitoral e o período de transição. Ele adotou tom crítico a alguns países como a China, e já chegou a dizer que os chineses queriam comprar o Brasil.
Nas últimas semanas, contudo, ele e sua equipe diminuíram o tom e passaram a adotar um discurso mais amistoso em relação ao país asiático, que é a segunda maior economia do mundo e um dos principais parceiros comerciais do País.