Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2019
O presidente Jair Bolsonaro surpreendeu os populares que o saudaram na porta do Palácio da Alvorada na sexta-feira (06) ao usar uma expressão inesperada para responder aos apelos para que não desista de seu esforço à frente da Presidência da República.
Ao sair do carro para falar com seus apoiadores, o presidente iniciou um discurso com o reconhecimento de limitações. “Reconheço as minhas limitações, as minhas fragilidades, a minha incompetência em alguns momentos”, afirmou. Mas, após falar por alguns minutos e ouvir gritos de apoio das pessoas presentes, Bolsonaro disse: “Eu sou imbroxável”.
Bolsonaro disse ainda que, ao contrário do que lhe haviam dito antes de assumir a Presidência, “todo dia é dia de alegria”. “Tristeza é você ter que dar satisfação a quem não presta, é você governar com incompetente e bandido do seu lado, daí realmente é tristeza. Quando a gente tem a liberdade de escolher os ministérios, governar com gente boa ao seu lado e contar com o carinho, com a simpatia de um povo maravilhoso, que é o povo brasileiro, todo dia é dia de alegria”.
Bolsonaro voltou a defender a indicação de Augusto Aras, feita na véspera, para o cargo de procurador-geral da República. Segundo o presidente, o procurador-geral da República não deve apenas focar em corrupção, mas também lidar com outras questões.
“A gente não pode focar apenas em corrupção, essa função é muita coisa. É questão ambiental, direitos humanos, minoria, direitos humanos de cidadão de bem… tem a ver indiretamente também com economia muita coisa”, afirmou o presidente.
Bolsonaro também afirmou que o cargo de procurador-geral da República é quase tão importante quanto o de presidente. “Escolhi o novo procurador-geral da República, uma escolha super difícil, mas é uma pessoa que tem um grau de importância muito parecido com o próprio presidente, com um poder de fazer, de um lado para o outro, fazer muita coisa para nosso Brasil”, disse.
Gesto a Moro
Bolsonaro quebrou o protocolo neste sábado (07) e interrompeu a parada de Sete de Setembro. Em um gesto de apoio público, ele chamou o ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, e desfilou abraçado a ele pela Esplanada dos Ministérios.
O aceno ocorreu após uma semana de constrangimentos entre ambos. Em café da manhã, Bolsonaro sinalizou a troca do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o que seria mais uma ingerência do presidente na pasta.
A descida do presidente do camarote de autoridades não era prevista e pegou de surpresa o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que teve de organizar um esquema de segurança de última hora.
O presidente desceu inicialmente sozinho. Depois, acenou para que Moro o acompanhasse. Além dele, caminharam ao lado de Bolsonaro os ministros Augusto Heleno (GSI) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil). Os empresários Silvio Santos (SBT), Edir Macedo (Record) e Marcelo de Carvalho (RedeTV), que acompanharam a parada na tribuna de autoridades, preferiram não participar da caminhada do presidente.
Na tentativa de demonstrar que conta com apoio público, no momento em que a rejeição ao seu governo cresce, Bolsonaro cumprimentou simpatizantes à sua administração e brincou de reger a orquestra dos Dragões da Independência.