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Brasil Exército afasta de atividades com armas de fogo militares que foram soltos e respondem por fuzilamento no Rio de Janeiro

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Evaldo dos Santos Rosa, morto pelo Exército no Rio. (Foto: Reprodução/Facebook)

Os nove militares apontados como autores dos mais de 80 tiros de fuzil em direção ao carro de uma família em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, que causou a morte do músico Evaldo Rosa e do catador de latas Luciano Macedo, já estão em casa. No entanto, o Exército afastou os envolvidos de atividades com armas de fogo.

Os militares deixaram o 1º Batalhão de Infantaria, na Vila Militar, na manhã desta sexta-feira (24). O alvará de soltura assinado pela Justiça Militar, após decisão de habeas corpus do STM (Superior Tribunal Militar), não contemplou nenhum tipo de restrição ao grupo, que responderá em liberdade pelos crimes de duplo homicídio qualificado, tentativa de homicídio e omissão de socorro. No entanto, o CML (Comando Militar do Leste) informou que eles não cumprirão de forma absoluta suas funções no Exército.

“Embora o alvará não tenha contemplado nenhum tipo de cautela ou restrição, o Comando Militar do Leste decidiu que eles, a partir de agora, vão cumprir as tarefas rotineiras, em seus respectivos quarteis, mas com a exceção de participação em operações ou qualquer atividade que empregue arma de fogo”, afirmou o Coronel Carlos Cinelli, porta-voz do CML.

O comando, no entanto, não explica o motivo da decisão, e informa apenas que foi uma escolha do comandante.

“O emprego de tropas militares é uma decisão discricionária do comandante, e foi no sentido de que estas atividades não seriam desempenhadas por eles durante o transcorrer do processo”, concluiu Cinelli.

Questionado sobre as declarações de parentes do músico Evaldo Rosa, vítima da ação em abril, que disseram se sentir desprotegidas com a liberdade dos réus, o CML diz que repudia qualquer tipo de ameaça, de qualquer tipo, e de qualquer natureza. E, caso esta família receba qualquer tipo de intimidação dos agentes, deve procurar a unidade de polícia mais próxima para fazer uma denúncia. Sobre a alegação de Luciana Nogueira, viúva de Evaldo, e de outras testemunhas, de que os soldados teriam debochado das vítimas, o Comando afirma que não pode comentar o fato, pois é algo que faz parte do processo que corre na Justiça.

“País onde os inocentes pagam pelos errados”, desabafou viúva

De acordo com Luciana Nogueira, viúva, o filho do casal, Davi, de apenas 7 anos, está com medo, chorando, e, nesta sexta-feira, não quis ir para a escola de jeito nenhum, após saber que os 9 militares foram soltos.

Ela diz que, desde a prisão dos militares, eles se sentiam um pouco mais seguros. Agora, ela diz que a liberdade dos agentes tira novamente a paz da família.

“Coitados de nós, neste País onde os inocentes pagam pelos errados. Já me mudei de casa, já troquei meu filho de escola… Já fiz de tudo. Medo… medo…”, concluiu.

Quem também reagiu à decisão da Corte foi Jane Maria Rosa, de 41 anos. Ela é irmã do meio de Evaldo e diz que jurou no caixão do irmão que conseguiria justiça para ele.

“Estamos indignados. Meu sobrinho está achando que, se for para a escola, eles vão vir matá-lo. É uma criança, que viu tudo. Ele diz: ‘mataram meu pai e vão vir matar a gente!’. É um caso de segurança. Estamos inseguros. A nossa mãe está magrinha, arrasada, perdeu muito peso. Minha cunhada (Luciana) está fazendo psicólogo, assim como meu sobrinho. Ninguém procurou a gente para nada. Está todo mundo muito abalado. O que eu espero é justiça. Eu não vou descansar enquanto ela não for feita. Eu jurei no caixão do meu irmão morto que a justiça vai ser feita. Eu creio que a justiça ainda será feita. Vou até o fim”, desabafou.

Deixaram a prisão nesta sexta-feira os militares: terceiro-sargento Ítalo da Silva Nunes Romualdo, terceiro-sargento Fabio Henrique Souza Braz da Silva, e os soldados Gabriel Christian Honorato, Gabriel da Silva Barros Lins, João Lucas Costa Gonçalo, Leonardo Oliveira de Souza, Marlon Conceição da Silva, Matheus Sant’Anna Claudina e Vitor Borges de Oliveira. Todos respondem em liberdade por tentativa de homicídio, duplo homicídio qualificado e omissão de socorro, conforme denúncia feita pelo MPM (Ministério Público Militar), e aceita pela Justiça Militar.

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