Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2019
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (16) um novo plano para conter a migração ilegal no país e favorecer a entrada de migrantes profissionalmente qualificados. Em discurso na Casa Branca, ele afirmou que a medida “causará inveja no mundo inteiro”.
Trump prometeu: Revisar o regime de concessão do Green Card – permissão definitiva para viver e trabalhar nos EUA – para favorecer migrantes profissionalmente qualificados; agilizar a análise dos pedidos de asilo; continuar a construção do muro na fronteira com o México e afirmou que menores que entram desacompanhados nos EUA serão reunidos com as famílias para voltar ao país de origem.
Imigração “por mérito”
Trump anunciou a criação do visto “Build America” – “Construa a América”, em uma tradução livre. O sistema passa a se basear em pontuações de acordo com a qualificação profissional do requerente.
Para obter o visto, o migrante terá de comprovar proficiência em inglês e passar em um teste com questões cívicas, anunciou o presidente. Ele disse que a medida prioriza estrangeiros “mais jovens” e com “maior capacidade de gerar renda”, mas não detalhou quais formações serão exigidas. “Esse plano vai reforçar nossa tradição, nossa cultura e nossos valores”, disse Trump.
Trump prometeu também que o novo sistema migratório também vai favorecer os melhores alunos das boas escolas pelo mundo e jovens imigrantes talentosos. “Muitos dos alunos excepcionais não estão ficando aqui porque não há quem os custeie”, disse.
O republicano justificou a medida pela dificuldade das empresas norte-americanas em encontrar mão de obra qualificada.
Pedidos de asilo
O norte-americano também prometeu celeridade na análise dos pedidos de asilo. Isso porque vários dos imigrantes da América Central que chegam pela fronteira afirmam que correm risco nos países de origem – o que, segundo o presidente, nem sempre é verdade.
“Se você tem um motivo real [para pedir asilo], você será rapidamente atendido. Se não, será mandado para fora”, afirmou Donald Trump.
Recentemente, as autoridades norte-americanas cobraram medidas para interromper o fluxo na fronteira entre os EUA e o México, especialmente com as caravanas de migrantes da América Central.
Balanço divulgado no começo de maio mostrou que as autoridades detiveram 460.294 imigrantes ilegais na fronteira com o México somente entre outubro e abril, segundo dados do Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras. O número já é maior que o registrado em 2009 e representa um novo recorde de detenções na região.
Emergência nacional por muro
Trump declarou em fevereiro uma emergência nacional na fronteira, uma medida tomada após o Congresso negar a destinação de recursos para a construção do prometido muro na fronteira americana com o México.
A Câmara dos Representantes e o Senado aprovaram uma resolução que revertia a declaração de emergência de Trump, mas o presidente exerceu o poder de veto para manter o status na fronteira.
Líder da oposição protesta
A presidente da Câmara e líder oposicionista, Nancy Pelosi, criticou o novo plano migratório de Trump, principalmente as propostas de deter famílias de imigrantes clandestinos na fronteira e endurecer a política de pedidos de asilo. “É, em outras palavras, morte na chegada [aos EUA]”, escreveu.
“Esse plano de morte na chegada não é nem remotamente uma proposta séria”, acusou Pelosi, em nota.
Pelosi também rechaçou a ideia de que a proposta de Trump se baseia “em méritos”. “Dizer isso é o cúmulo da condescendência”, afirmou. “Queremos trabalhar com a Casa Branca por soluções sérias e inteligentes, que reflitam os interesses e valores da nação”, completa a nota.