Sábado, 12 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2019
Um protesto em frente à Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio, em Berlim (Alemanha), impediu uma reunião entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e empresários alemães. Cerca de 50 ativistas do Greenpeace montaram um cordão de isolamento e instalaram um tronco de madeira da Amazônia carbonizado em frente ao prédio onde ocorreria o encontro, que foi cancelado. As informações são do jornal O Globo e do Greenpeace.
Em cartazes, os manifestantes criticaram a destruição da Amazônia e reivindicaram o fim de “negócios com criminosos climáticos”.
Salles começou, no dia 18, uma viagem internacional em que tenta desfazer a má imagem da política ambiental brasileira. O ministro já passou por Nova York e Paris. Chegou à capital alemã no domingo e, na quarta-feira, vai a Londres. Na sexta-feira, retorna a Brasília.
O Ministério do Meio Ambiente não está divulgando em seu site a agenda de Salles. No entanto, organizações da sociedade civil seguem o ministro e afirmam que as reuniões são realizadas apenas com representantes do setor produtivo, sem contato com ambientalistas.
Em Londres, por exemplo, o ministro deve se reunir com investidores ingleses das áreas de mineração, farmacêutica, energia, petróleo e gás. Diante dos protestos realizados em todo o seu itinerário, Salles já cancelou entrevistas agendadas com a imprensa internacional.
Acordos
Em sua visita à Alemanha, Salles tenta promover acordos comerciais com um dos países que mais investem por aqui. “Ambas indústrias estão destruindo o meio ambiente e o clima. No Brasil, a floresta está queimando para dar lugar ao gado e, na Alemanha, uma indústria automobilística ultrapassada está procurando novos mercados para seus produtos emissores de CO2″, diz Jürgen Knirsch, especialista em comércio do Greenpeace Alemanha.
O Greenpeace exige “que corporações e governos europeus adotem medidas para garantir que suas cadeias de suprimentos não estejam ligadas ao desmatamento, à destruição de ecossistemas ou a violações de direitos humanos. Para ajudar a barrar a crise climática que já vivenciamos, é fundamental que se ponha um fim à cumplicidade europeia com o desmatamento da Amazônia”.
“Em sua viagem pela Europa, Salles tem investido seu tempo em tentar convencer investidores, governo e imprensa que a crise na Amazônia está sob controle, enquanto deveria estar implementando medidas concretas para retomar o combate ao crime ambiental e ao desmatamento”, afirma Luiza Lima, da campanha de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil.