Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Tito Guarniere 300 mil

Compartilhe esta notícia:

Bolsonaro, que vai levar folgado o título de pior governante que este país já teve. (Foto: Reprodução de TV)

Um pouco por otimismo, nos primeiros meses de 2020, jamais imaginei que poderíamos chegar aos 10 mil mortos pela covid-19. Chegou aos 100, aos 200 e estamos agora na casa fatídica de 300 mil.

E não foi por falta de aviso. O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, com pouco mais de uma centena de brasileiros mortos de covid-19, perguntou a Bolsonaro se ele estava preparado para ver na televisão os caminhões do Exército transportando corpos das vítimas pelas ruas. Médicos, epidemiologistas, infectologistas, diante dos fatos a que assistiam horrorizados, e diante das projeções possíveis da calamidade, gastaram a voz para advertir sobre o impacto da pandemia nas estruturas de saúde do país, na economia, na vida dos brasileiros.

Na outra ponta, Bolsonaro, que vai levar folgado o título de pior governante que este país já teve, debochava da doença, e sabotava dia sim e outro também qualquer ação de combate contra a pandemia que não fosse o uso da cloroquina, condenando o distanciamento social e o uso das máscaras de proteção facial. Adiante, voltou as baterias contra a vacina Coronavac, porque tinha origem na China e porque estava sendo desenvolvida pelo Instituto Butantã, de São Paulo, governado por João Doria, um inimigo político.

Agora, tendo chegado à estatística macabra de 300 mil mortos, está na defensiva: os aliados do Centrão, temerosos do que pode acontecer nos próximos meses, na voz do presidente da Câmara Arthur Lira dizem que “tudo tem limite”. Empresários, ex-ministros, economistas de escol, em manifestação vigorosa da sociedade civil, desmantelaram a escolha falaciosa de Bolsonaro entre os ditames da saúde e as necessidades da economia. Acossado, o presidente sai pela via comum do improviso, criando uma comissão para coordenar as ações contra a doença.

Mais do que isso, agora se entrega com sofreguidão ao elogio da vacina, transformada em grande solução, e com o tom triunfalista, dá a entender que nunca faltou empenho do seu governo para trazê-la o quanto antes para o Brasil.

O comitê de coordenação, um apelo que ecoou em várias instâncias desde o início da pandemia, e que foi sempre desprezado pelo governo central, contou com a presença e participação de quem nada tem a fazer ali, como o STF e a Procuradoria Geral da República, e com ausências injustificáveis, uma vez que deixou de fora prefeitos, secretários estaduais de saúde, e governadores importantes, como os do Rio Grande do Sul e São Paulo, que não bebem água na mesma fonte de Bolsonaro.

Trata-se (o comitê) de uma ação entre amigos, uma confraria de coleguinhas, uma panelinha de personagens menores, uma ação oportunista e mal ajambrada, da qual não sairá nenhuma solução.

Tudo ainda ficou mais ridículo, mais patético, quando o governador João Doria, de São Paulo, anunciou a fabricação de uma vacina brasileira anti-covid pelo Instituto Butantã. No mesmo dia, o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia – personagem sem brilho – foi chamado às pressas para anunciar que São Paulo não está sozinho, o governo Bolsonaro está no páreo e também tem sua vacina. O governo não se cansa de dar vexame.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Tito Guarniere

De dentro
Pesadelo
https://www.osul.com.br/300-mil/ 300 mil 2021-04-03
Deixe seu comentário
Pode te interessar