Sexta-feira, 27 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de março de 2021
Um grupo de médicos portugueses criou uma petição pedindo às autoridades de saúde a inclusão da Ivermectina no tratamento precoce do coronavírus. O medicamento foi avaliado em centenas de pacientes contaminados com a doença e, segundo a ordem dos médicos, apresentou resultado positivo.
A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), que funciona em Portugal como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, informou que está avaliando o pedido. Quem também já está estudando o uso da Ivermectina para o tratamento de pacientes é a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês).
Estados Unidos
No combate ao coronavírus, a agência federal de saúde Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, emitiu um alerta sobre o uso da invermectina para o tratamento ou a prevenção da doença. O parecer é de que a droga não é recomendada para este uso e grandes quantidades podem acarretar riscos para a saúde do paciente.
Segundo a nota divulgada pela FDA, os comprimidos do vermífugo ivermectina não são considerados antivirais — tipo de medicamento recomendado para auxiliar no tratamento da COVID — e são aprovados em doses específicas para alguns vermes parasitas, como piolhos, e para outras doenças como a rosácea (uma doença inflamatória crônica da pele). “Tomar grandes doses dessa droga é perigoso e pode causar sérios danos”, alerta a agência.
“A FDA não aprovou a ivermectina para uso no tratamento ou prevenção de COVID-19 em humanos”, destaca a nota da agência federal dos EUA. De acordo com os critérios da FDA, a droga é aprovada “em doses muito específicas para alguns vermes parasitas, e existem formulações tópicas (na pele) para piolhos e doenças da pele como a rosácea. A ivermectina não é um antiviral (um medicamento para o tratamento de vírus)”.
Além disso, a FDA explica que “até mesmo os níveis de ivermectina para usos aprovados podem interagir com outros medicamentos, como anticoagulantes” e causar efeitos não esperados nos pacientes. “Também pode haver uma overdose de ivermectina, o que pode causar náuseas, vômitos, diarreia, hipotensão (pressão arterial baixa), reações alérgicas (coceira e urticária), tonturas, ataxia (problemas de equilíbrio), convulsões, coma e até morte”, pontua.
Outra questão levantada é que os produtos de ivermectina para animais podem se diferir dos produtos de ivermectina receitados para pessoas. “Nunca use medicamentos destinados a animais em você. As preparações de ivermectina para animais são muito diferentes das aprovadas para humanos”, destaca a FDA.
Nesse cenário, o alerta sobre o uso da ivermectina contra a COVID-19 foi emitido após “vários relatórios de pacientes que necessitaram de suporte médico e foram hospitalizados após se automedicarem com ivermectina destinada a cavalos”, explica a agência federal dos EUA.
Sobre o alerta do uso de ivermectina, a agência dos EUA lembra que “o trabalho da FDA é avaliar cuidadosamente os dados científicos sobre um medicamento para ter certeza do que é seguro e eficaz para um uso específico e, então, decidir se o aprova ou não. O uso de qualquer tratamento para COVID-19 que não seja aprovado ou autorizado pela FDA, a menos que seja parte de um ensaio clínico, pode causar danos graves”.
Sem um medicamento oficialmente eficaz para a prevenção da COVID-19, a FDA afirma que “maneiras eficazes de limitar a disseminação da COVID-19 continuam a ser usar máscara, ficar a pelo menos 2 metros de distância de outras pessoas que não moram com você, lavar as mãos com frequência e evitar multidões”.