Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 15 de maio de 2021
Uma espaçonave chinesa, sem tripulação, pousou com sucesso na superfície de Marte, informou a agência de notícias estatal Xinhua, tornando a China a segunda nação espacial, depois dos Estados Unidos, a pousar no Planeta Vermelho.
A espaçonave Tianwen-1 pousou em um local na Planície Utopia do Sul, “deixando uma pegada chinesa em Marte pela primeira vez”, disse a Xinhua. A ação ocorreu na manhã deste sábado (15), considerando o horário da China.
Um rover, chamado Zhurong, agora vai inspecionar o local de pouso antes de sair de sua plataforma para realizar inspeções na área.
Tianwen-1 ou “Perguntas ao Céu”, em homenagem a um poema chinês escrito há dois milênios, é a primeira missão independente da China a Marte. Uma sonda co-lançada com a Rússia em 2011 não conseguiu deixar a órbita da Terra.
Zhurong, homenagem a um deus do fogo na mitologia chinesa, pousou em uma área pré-selecionada em Utopia Planitia em Marte, apontou a agência de notícias estatal Xinhua. O rover tem seis rodas, é movido a energia solar, pesa cerca de 240 quilose e carrega seis instrumentos científicos. Posteriormente, será implantado a partir da sonda para uma missão de três meses em busca de sinais ou evidências de vida antiga na superfície de Marte.
O orbitador Tianwen-1 de Marte retransmitirá seu sinal para o rover durante a missão e, em seguida, conduzirá uma pesquisa global do planeta por um ano marciano, equivalente a 687 dias terrestres. A sonda passou três meses em órbita fazendo o reconhecimento da área de pouso antes de liberar o rover para a superfície.
Tianwen-1 foi lançado por um foguete “Long March 5” – igual ao que caiu próximo às Ilhas Maldivas na última semana – do centro de lançamento espacial Wenchang, em Hainan, no dia 23 de julho do ano passado e passou sete meses a caminho de Marte antes de entrar em sua órbita, em fevereiro.
A espaçonave enviou a primeira foto do planeta a mais de um milhão de quilômetros de distância.
A sonda “vai orbitar, pousar e liberar um rover na primeira tentativa, e coordenar as observações com um orbitador”, disse a equipe científica por trás do Tianwen-1 antes do pouso do rover. “Nenhuma missão planetária foi implementada desta forma”.
Tianwen-1 é uma das três missões internacionais a Marte lançadas no verão passado, junto com o rover Perseverance da NASA, que pousou em Marte em fevereiro, e a Sonda Hope dos Emirados Árabes Unidos, que entrou em órbita ao redor de Marte, também em fevereiro. Ao contrário das missões dos EUA e da China, a sonda dos Emirados Árabes não se destina a pousar em Marte, apenas estudar o planeta em órbita.
As três missões foram lançadas simultaneamente devido a um alinhamento entre a Terra e Marte no mesmo lado do sol, tornando a jornada mais eficiente para o planeta vermelho.
Tianwen-1 espera reunir informações importantes sobre o solo marciano, estrutura geológica, ambiente e atmosfera, além de procurar por sinais de água.
O ambicioso programa espacial da China gerou manchetes aos jornais no fim de semana passado, quando um foguete fora de controle mergulhou no Oceano Índico – desencadeando uma repreensão da NASA por não conseguir “cumprir os padrões de responsabilidade em relação a (seus) detritos espaciais”.
O foguete “Long March 5B” lançou parte da nova estação espacial da China em órbita no final de abril e foi deixado para lançar-se pelo espaço sem controle até que a gravidade da Terra o puxasse de volta.