Terça-feira, 26 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 25 de agosto de 2025
Gilberto Gil e Chico Buarque notificaram a gravadora de Paz Lechantin, ex-baixista e vocalista de apoio da banda de indie rock Pixies, por suposto plágio. Os cantores alegam que “Hang Tough”, lançada em 18 de agosto pela artista argentina, teria a mesma melodia do clássico da MPB “Cálice”, composta por Chico e Gil.
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa de Chico, que ressaltou que a artista argentina, em nenhum momento, solicitou autorização para o uso da canção, um procedimento normal e obrigatório no caso da gravação de obras de autoria alheia.
Ainda segundo a assessoria de Chico, nesta semana os advogados do cantor vão providenciar uma notificação extrajudicial para que as partes envolvidas conversem.
Lechantin integrou a banda americana de rock alternativo Pixies de 2013 a 2024. “Hang Tough” faz parte de “Triste”, seu primeiro disco desde a saída do grupo, com lançamento previsto para 17 de outubro. Sua gravadora, Hideous Human Records, afirma em seu site que Lechantin assina a composição e a letra de todas as doze faixas de “Triste”.
Além de integrar os Pixies, Lechantin também colaborou com projetos musicais como A Perfect Circle, Zwan e The Entrance Band. Além de “Triste”, ela lançou o disco “Songs for Luci” em 2006.
Preta Gil
Em outra frente, na última quarta-feira, Gilberto Gil subiu ao palco pela segunda vez desde a morte de sua filha, Preta Gil, em julho. “A morte dela, a falta dela é uma coisa pesarosa, e esse pesar se manifesta de várias formas, já foi muito mais intenso nos primeiros dias, provocador da lágrima, do choro. Mas sempre falo que a gente teve um tempo longo para se familiarizar com a passagem da Preta. Isso tem um efeito calmante, de certa forma”, disse Gil.
O artista se apresentou em evento da H&M, rede de fast fashion sueca que começa a operar no país no próximo sábado. Além de Gil, a marca convocou as brasileiras Anitta e Agnes Nunes e a sul-africana Tyla para uma série de pocket shows no Auditório do Ibirapuera —a noite foi encerrada pelo DJ Maz.
O show foi um compromisso de exceção em meio à sua última turnê, “Tempo Rei”, que teve o apoio de Preta Gil para ter início. “Eu tinha um certo receio quando fui começar essa turnê, mas ela dizia: ‘pai, vai em frente’. Ela me animava, participou quando pode participar”, afirma ele.
A turnê volta a São Paulo em outubro, passa por Argentina e Chile, e acaba em março, em Belém. O artista diz que seguirá trabalhando após o fim da série de shows, mas deve manter a atenção para si.
“Vou ficar à disposição do meu próprio cuidado e bem-estar, enfim, da saúde e essas coisas todas de que temos de cuidar”, diz ele. “E fico também à disposição da música, pois ela tem sempre sido minha fonte principal de sintonia: é através da música que me sintonizo com várias questões da mente, da espiritualidade, da ideia do imponderável. Vou ficar disponível para viver a vida. E a música, espero, vai continuar como parte importante disso.”
Para o artista, que chega aos palcos aos 83 anos, sua geração não tem apenas vivido mais como buscado viver melhor. “Acho que já houve gerações antes da minha que trabalharam a longevidade como ingrediente da sua obra, foram indo até onde foi possível ir, até onde havia fôlego e energia”, diz ele. “Mas nas gerações mais novas, das quais pertenço, há mais cuidados com o corpo, mente, reflexão, capacidade de interpretação, leitura do mundo, enfim, os longevos vão mais longe.” As informações são do jornal Folha de S.Paulo.