Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2019
Uma ferramenta recém-lançada explora uma vulnerabilidade no WhatsApp e permite “colocar palavras na boca das pessoas”, segundo pesquisadores. Uma equipe da empresa de segurança cibernética demonstrou como a ferramenta pode ser usada para alterar o texto dentro de mensagens citadas – naquele recurso que permite citar uma mensagem enviada para comentá-la ou reagir a ela com um emoji – fazendo com que pareça que uma pessoa disse algo que não falou.
O pesquisador Oded Vanunu disse que a ferramenta possibilita que “agentes maliciosos” manipulem conversas na plataforma. Procurado, o Facebook, que é dono do WhatsApp, afirmou que revisou o problema um ano atrás e “que é falso sugerir que há uma vulnerabilidade na segurança que oferecemos” no app de mensagens.
“O cenário descrito aqui é apenas”, continua a nota da empresa, “o equivalente a alterar respostas em uma troca de emails para fazer parecer algo que uma pessoa não disse”.
Nomes também alterados
A ferramenta foi demonstrada em uma conferência de segurança cibernética em Las Vegas como continuação de uma pesquisa publicada no ano passado. “É uma vulnerabilidade que permite que um usuário mal-intencionado crie notícias falsas e fraudes”, explicou o Vanunu.
A ferramenta possibilita manipular o recurso de citação do WhatsApp para parecer que alguém escreveu algo que jamais escreveu. “Você pode mudar completamente o que alguém diz”, disse Vanunu. “Você pode manipular completamente todos os personagens da citação.” A ferramenta também permite que um invasor altere como o remetente da mensagem é identificado, tornando possível atribuir um comentário a uma fonte diferente.
Uma terceira questão destacada pelos pesquisadores foi corrigida com sucesso pelo Facebook. Essa falha poderia levar os usuários a acreditar que eles estavam enviando uma mensagem privada para uma pessoa, quando, na verdade, sua resposta tinha ido para um grupo público.
Mas segundo Vanunu, o Facebook disse a eles que os outros problemas não poderiam ser resolvidos devido a “limitações de infraestrutura” no WhatsApp. A tecnologia de criptografia usada pelo WhatsApp tornou extremamente difícil – talvez impossível – para a empresa monitorar e verificar a autenticidade das mensagens enviadas pelos usuários.
Outras possíveis medidas para acabar com os problemas identificados podem resultar em mudanças na usabilidade do aplicativo, disseram os pesquisadores. Em sua nota, o Facebook também falou disso. “Precisamos ficar atentos ao fato de que endereçar as preocupações levantadas por esses pesquisadores poderia fazer o WhatsApp menos privado – como armazenando informações sobre a origem das mensagens”, afirmou a empresa.