Quinta-feira, 10 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 27 de junho de 2020
A ofensiva das empresas como a Coca-Cola e a Unilever contra as redes sociais afetou principalmente o Facebook, cujas ações despencaram. Segundo as companhias, a rede social não age para suprimir conteúdos que incitem o ódio. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, perdeu cerca de US$ 7,2 bilhões de sua fortuna pessoal depois que uma série de empresas aderiram ao boicote.
A queda no preço das ações do Facebook reduziu em US$ 56 bilhões o valor de mercado do Facebook, e diminuiu o patrimônio líquido de Zuckerberg para US$ 82,3 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index.
O boicote também moveu Zuckerberg para o quarto lugar entre as maiores fortunas. Ele foi ultrapassado pelo chefe da Louis Vuitton, Bernard Arnault, que foi elevado a uma das três pessoas mais ricas do mundo, juntamente com Jeff Bezos (Amazon) e Bill Gates (Microsoft).
Perda de anunciantes
O Facebook está sofrendo forte pressão de grupos de direitos civis por causa da sua política tímida de combate ao discurso de ódio e à desinformação. Nos Estados Unidos, cerca de 100 marcas já deixaram de anunciar na plataforma: são empresas do ramo de alimento, esporte, distribuidores de filmes e agências de publicidade.
Grupos de direitos civis estão criticando veementemente a rede social e pressionam empresas que anunciam no Facebook. O movimento Stop the Hate for Profit (“Pare o ódio pelo lucro”, em tradução livre) é organizado pela Liga Anti-Difamação (ADL) e luta para combater discursos de ódio nas redes sociais, especialmente após as declarações de Trump sobre os protestos nos EUA, após a morte de George Floyd.
“Quando se trata de lidar com o ódio e o assédio desenfreados, a plataforma continua mansa”, diz Jonathan Greenblatt, CEO da Liga Anti-Difamação. “Os serviços prestados às vítimas de assédio são inadequados. A proximidade da veiculação de publicidade a conteúdo odioso é aleatória. E seus relatórios de transparência de auditoria de ‘direitos civis’ não são úteis para a comunidade de direitos civis”.
Os integrantes do movimento ainda criticam a falta de moderação do Facebook em mensagens potencialmente perigosas. Enquanto o Twitter rotula e até exclui publicações de Trump, a empresa de Mark Zuckerberg não tem atuado para frear a propagação de conteúdos perigosos, dizem os representantes.
Em comunicado, Carolyn Everson, vice-presidente de negócios do Facebook, disse que a rede social respeita a decisão das marcas e que o Facebook está trabalhando para remover os discursos de ódio. “Nossas conversas com profissionais de marketing e organizações de direitos civis são sobre como, juntos, podemos ser uma força para o bem”, concluiu.