Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de outubro de 2020
A Nasa (a agência espacial norte-americana) marcou uma coletiva de imprensa para esta segunda-feira (26), às 13h (horário de Brasília), na qual promete anunciar uma “empolgante descoberta” sobre a Lua feita usando o telescópio infravermelho Sofia. Segundo a agência a descoberta contribui com seus esforços para aprender mais sobre a Lua, em apoio a missões de exploração do espaço profundo.
Não há mais detalhes sobre o que será anunciado, mas há menção ao programa Artemis, que pretende levar astronautas novamente à superfície Lunar em 2024 como preparação para o “próximo salto” da humanidade, a exploração de Marte no início da década de 2030. O evento será transmitido, apenas em áudio, no canal da Nasa no YouTube.
Olho no céu
Em janeiro deste ano a Nasa divulgou uma imagem incrivelmente detalhada do centro de nossa galáxia, obtida com o telescópio infravermelho Sofia. O equipamento é montado em um Boeing 747SP modificado, que voa a 11 km de altura. Nesta altitude o equipamento está acima de 99% da atmosfera que bloqueia radiação infravermelha, o que resulta em imagens excepcionalmente claras do universo.
Entre os destaques da imagem estão o aglomerado dos arcos, com a maior densidade de estrelas na galáxia, e o aglomerado quíntuplo, que contém estrelas um milhão de vezes mais brilhantes que nosso sol. O buraco negro no centro da Via Láctea, chamado Sagitário-A, também é visível como uma mancha brilhante próximo ao centro da imagem.
A imagem é um composto de informações coletadas pelo Sofia com dados obtidos pelos observatórios espaciais Spitzer, da Nasa, e Herschel, da União Européia. Os dados foram obtidos em julho de 2019 durante a missão anual do Sofia em Christchurch, Nova Zelândia, onde os cientistas estudam os céus do Hemisfério Sul. O conjunto de dados completo e calibrado está atualmente disponível para astrônomos em todo o mundo para mais pesquisas.
Amostras perdidas
A Nasa anunciou nesta sexta-feira (23) que sua sonda Osiris-Rex conseguiu colher uma grande quantidade de partículas do asteroide Bennu após a operação histórica desta semana, mas que foram tantas que o compartimento de coleta não fecha.
“Uma fração substancial da massa colhida está escapando”, declarou o chefe da missão, Dante Lauretta, durante conferência telefônica com jornalistas.
A sonda coletou cerca de 400 gramas de fragmentos, muito mais do que o mínimo de 60 gramas que se buscava inicialmente, informou o cientista. Mas entre 5 e 10 gramas já foram observados ao redor do braço coletor, em uma nuvem mais ou menos próxima devido ao entorno de microgravidade, que faz com que os fragmentos se comportem como fluidos.
“Minha grande preocupação é que as partículas estão escapando, somos vítimas do nosso sucesso”, explicou Lauretta. Em consequência, a operação de medida da massa, inicialmente prevista para amanhã, foi cancelada, já que corre-se o risco de espalhar ainda mais as amostras.