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Rio Grande do Sul A OAB gaúcha criticou ação da Polícia Civil na casa de uma advogada no Vale do Sinos

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Anália (D) foi recebida na sede da entidade em Porto Alegre. (Foto: Lucas Pfeuffer/OAB-RS)

O presidente da seccional gaúcha da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ricardo Breier, recebeu em seu gabinete a associada Anália Goreti da Silva, de Campo Bom (Vale do Sinos), que na terça-feira (2) teve a sua casa invadida erroneamente por policiais civis de Pelotas (Região Sul do Estado), no âmbito de uma investigação sobre tráfico de drogas. Além do erro, o incidente teria envolvido abuso de poder.

“Houve um equívoco da investigação, que definiu o endereço da casa como o local a ser abordado pelos servidores públicos, que agiram de forma autoritária e levaram medo à família de Anália”, protestou a OAB-RS em seu site. “As marcas da violência na abordagem ficaram na porta, que foi danificada quando os policiais forçaram a entrada.”

Na ocasião, Anália estava acompanhada do marido e dos dois filhos em sua residência, no bairro Bela Vista. A vice-presidente da subseção de Novo Hamburgo (que abrange Campo Bom), Juliana Martins da Silva, acompanhou a audiência da advogada na sede da Ordem na capital gaúcha e adiantou que o caso foi encaminhado às autoridades estaduais.

“Já estamos pedindo providências à chefia da Polícia Civil e ao vice-governador [Ranolfo Vieira Júnior], que também é secretário de Segurança Pública, devido ao ocorrido. É uma agressão e uma violação das prerrogativas profissionais, já que na casa também está registrado o escritório da advogada. Isso não poderá ficar impune”.

Durante o encontro, Ricardo Breier manifestou indignação com o caso, pois durante a ação policial Anália se identificou aos policiais como advogada e pediu a presença de representantes da subseção da OAB no local, e mesmo assim esse direito foi negado a ela; “Ainda temos muitos abusos de autoridade em nosso país”, frisou. “Vamos acompanhar o andamento do processo administrativo. Existem prerrogativas do Direito que devem ser respeitadas, então é preciso ter punição para que casos assim não se repitam.”

Anália reiterou o seu relato, segundo qual os policiais agiram de forma agressiva e truculenta, fato agravado pela condição de saúde da advogada: “Eu sou transplantada, ninguém praticamente me visitou nestas últimas semanas [por causa da pandemia de coronavírus] e, repentinamente, tem vários policiais dentro de casa, alguns sem máscara”.

Atuante em causas comunitárias, inclusive em movimentos que lutam pela paz e defendem os profissionais da segurança pública, Anália relatou ter recebido manifestações de solidariedade por parte da corporação em Campo Bom: “Os policiais que atuam no município prestaram todo o apoio e agiram com profissionalismo no atendimento da ocorrência”.

Entenda

Segundo a OAB-RS, na manhã desta terça-feira ao menos dez policiais civis lotados em Pelotas estiveram no Vale do Sinos por causa de uma investigação sobre tráfico de drogas. A partir da geolocalização de um telefone celular apreendido com um criminoso na semana passada, eles se deslocaram para o endereço de onde teriam partido algumas mensagens.

Só que houve um equívoco. De acordo com relatos da comunidade, existe um ponto de compra e venda de tráfico de drogas na proximidade da residência da advogada e esse é o endereço que deveria ser o alvo da equipe.

Um dos familiares foi algemado, pois havia tentado se refugiar após deduzir que estava sendo alvo de um assalto. Após cerca de duas horas, a advogada conseguiu fazer alguns contatos para tentar esclarecer o que estava ocorrendo. Só depois disso é que os agentes deixaram a residência.

(Marcello Campos)

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