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Brasil A pandemia impulsiona o uso de banco pelo celular

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O Facebook informou que ficou offline por uma alteração de configuração incorreta. (Foto: Reprodução)

Desde que a pandemia da covid-19 impôs limites à circulação das pessoas, na tentativa de frear a disseminação do coronavírus, comportamentos e hábitos de consumo sofreram mudanças impensáveis. Um dos reflexos mais surpreendentes é que a busca por serviços digitais financeiros cresceu 122% entre a classe baixa brasileira.

A conclusão é parte de um levantamento feito pela Cinnecta. A plataforma de inteligência de dados, que está acostumada a mapear comportamentos de consumo para seus clientes – que incluem bancos tradicionais e digitais –, usou a classificação de estratos sociais feita pelo IBGE. Ela considera como de classe baixa uma família com renda inferior a R$ 783,75 por pessoa.

Somadas as classes média e baixa, o aumento de interesse por esses serviços entre fevereiro e junho de 2020 foi de 146%. E, dentre todas as regiões do País, esse crescimento foi maior na região Nordeste.

Smartphones e auxílio emergencial. Ricardo Ferreira, diretor de operações da Cinnecta, diz que essa mudança de comportamento teve diversas causas. Já havia um processo de bancarização em curso antes da pandemia, mas não nessa magnitude. Com as restrições à circulação, ele se intensificou.

“Os bancos digitais levaram vantagem sobre as instituições financeiras tradicionais. Afinal, neles o cliente consegue preencher um cadastro em um aplicativo, fazer uma selfie e abrir uma conta em 5 minutos”, afirma Ferreira.

Um segundo aspecto que foi determinante foi a concessão do auxílio emergencial de R$ 600. Ele exigiu que os beneficiários baixassem um aplicativo da Caixa e se cadastrassem para receber a ajuda financeira.

“Foi o maior movimento de digitalização bancária do mundo. Muitas pessoas tiveram o primeiro contato com o sistema financeiro formal nessa ocasião”, diz Ferreira. “E R$ 600 dão algum poder de consumo para essas pessoas, ainda que apenas para necessidades básicas. Quando são trazidas para o digital, elas naturalmente passam a demandar mais serviços digitais.”

Nada disso poderia ter acontecido sem a democratização do próprio acesso a smartphones. Isso trouxe um contingente enorme de pessoas que, de outra forma, jamais teriam uma vida online. A elas, o mundo digital abriu as portas do consumo como expressão de aspiração social, com direito a experimentar Netflix, Uber e o e-commerce.

O grande filão. Se for considerado o critério de estratificação social do IBGE, quase metade da população brasileira pode ser considerada de classe baixa. Assim, ainda que seja um segmento sensível a preço, com tíquetes mais baixos e margens mais acanhadas para as empresas, o volume de pessoas envolvido representa um oceano de oportunidades. Ferreira destaca que a conquista desses consumidores é bem mais fácil que a clientela de estratos superiores, que exige vantagens para ser convencida a migrar de um produto para outro.

Isso não significa, porém, que bancos e empresas em geral não precisem fazer nenhum tipo de esforço para atingir esse público. É importante personalizar o discurso, encontrando um tom que seja palatável e se comunique com ele.

“O que atrai o usuário de baixa renda de uma cidade média do Nordeste é diferente do que atrai o morador do bairro paulistano dos Jardins. Eles podem ter interesse no mesmo banco e no mesmo serviço digital, mas por razões distintas”, diz o diretor de operações da Cinnecta.

E, por falar em Nordeste, a demanda mais intensa dos moradores dessa região por serviços financeiros digitais teve, além do auxílio emergencial, um ingrediente local.

“No Sudeste, onde se concentram o dinheiro e as classes mais abastadas, a competição entre os grandes bancos privados é muito acirrada. O Nordeste é mais atrativo para os bancos digitais, que enfrentam menos concorrência nessa região”, explica Ferreira.

Álvaro Bacellar, vice-presidente de serviços para a América Latina da Temenos, uma multinacional de software corporativo para bancos e sistemas financeiros, diz que a pandemia acelerou nos bancos um processo de digitalização que já está mais maduro em outras áreas, como compras online.

“Os usuários passaram a ter um outro padrão de exigência de interação digital. E a maioria dessas pessoas veio para o digital para ficar”, afirma. “A aceitação de uso de um aplicativo é algo sem volta. Quando o cara aprende a fazer uma transação pelo celular, não volta para a agência bancária.”

No entanto, se os bancos já começaram a digitalizar suas jornadas de atendimento, isso contempla apenas algumas transações, como pagamentos. A abertura de conta ainda é presencial, com assinatura de vários papéis, e a interação para uma concessão de empréstimo se dá fora do mundo virtual.

Outro percalço é a falta de usabilidade dos aplicativos dos bancos. A Temenos calcula que sete em cada dez operações de abertura de conta online são abortadas no meio; no caso de empréstimos, são nove em cada dez.

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https://www.osul.com.br/a-pandemia-impulsiona-o-uso-de-banco-pelo-celular/ A pandemia impulsiona o uso de banco pelo celular 2020-09-21
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