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Mundo A segunda onda da pandemia na Europa começa a afetar a economia global

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Dados de cidadãos cadastrados ficarão sob sigilo mas serão compartilhados com governos de países da União Europeia. (Foto: Reprodução)

A segunda onda de Covid-19 na Europa, com medidas restritivas e lockdowns, já começa a respingar na economia, reduzindo as projeções de recuperação da atividade, no continente e no mundo. Economistas acreditam, contudo, que, pelo conhecimento da doença e das medidas de contenção já tomadas, o impacto tende a ser menos severo que o da primeira fase da pandemia.

No Brasil, mesmo sem sinais claros de uma segunda onda até o momento, mas ainda com muitos casos, a “contaminação” econômica pode vir rapidamente pelo comércio.

“Vivemos uma crise sanitária com impactos econômicos. Enquanto não tivermos uma solução para a doença, com vacina ou remédios, estaremos sujeitos a incertezas”, afirmou Carlos Braga, professor da Fundação Dom Cabral e ex-diretor do Banco Mundial.

Nesta semana, autoridades de países como o Reino Unido anunciaram pacotes para evitar uma recessão com o fechamento de grande parte do comércio. Outros países já informaram que estão preocupados.

Estão fechando setores que foram os que mais sofreram na primeira onda, como o de restaurantes. O novo patamar recorde de cem mil casos por dia nos EUA também preocupa, embora o país, ainda no calor da eleição presidencial, não tenha anunciado novas medidas de apoio.

“O que estamos vendo na Europa hoje pode ser o prenúncio do que pode ocorrer no Brasil, se tivermos um repique nos casos”, disse Braga. O comércio exterior será a porta de entrada do efeito da recuperação mais lenta da Europa ou dos EUA com a decretação de novas quarentenas.

Segundo Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em outubro, pela primeira vez este ano, houve aumento nas exportações de bens industriais do Brasil.

É principalmente para a Europa e para os nossos vizinhos latino-americanos que vão nossas exportações de manufaturados, diz o economista: “A balança comercial de outubro mostrou, pela primeira vez desde fevereiro, crescimento de exportações de bens da indústria da transformação, para América do Sul e Europa. Foi um desempenho positivo depois de tanto tempo de queda.”

Países mais frágeis

Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), teme que países asiáticos, principalmente a China, comecem a desviar a produção para o Brasil e a América Latina:

“A Ásia é o grande exportador de vestuário e têxtil para os EUA e Europa. Se tiver excedente de produção, pode tentar compensar no nosso mercado, que é grande”. A União Europeia foi o segundo maior parceiro comercial brasileiro no ano passado. Cerca de 15% das nossas exportações vão para a região, principalmente de produtos mais acabados.

O ainda lento processo de reinserção no mercado externo pode cambalear se o efeito da paralisação for mais forte na Europa e nos EUA, diz o economista do Iedi. “Essa segunda onda tem efeito direto”, diz Cagnin. “Quando a indústria começa a pôr a cabeça fora d’água na exportação, acontece novo fechamento na Europa”.

A economista Monica de Bolle, da Universidade Johns Hopkins (EUA), acredita que é questão de pouco tempo para um repique de casos no Brasil, com necessidade de novas medidas restritivas. Ela lembra que a nova onda do coronavírus atinge agora economias mais fragilizadas após os primeiros pacotes de estímulos: “Será necessário algum tipo de auxílio, porém a margem fiscal ficou muito menor. Haverá, no Brasil, muito mais pressão por gastos.”

O aprendizado com a primeira onda da pandemia, tanto no campo da medicina como no econômico, pode reduzir o risco de choques. Mas o repique da doença na Europa deve frear a recuperação da economia global por causa dos efeitos no comércio.

Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da FGV e ex-presidente do Banco Central, avalia que o maior risco é na expectativa fiscal da Europa, que já havia experimentado uma recuperação forte em alguns países, como a Alemanha, e ensaiava a volta ao rigor fiscal.

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https://www.osul.com.br/a-segunda-onda-da-pandemia-na-europa-comeca-a-afetar-a-economia-global/ A segunda onda da pandemia na Europa começa a afetar a economia global 2020-11-08
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