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Mundo Alemanha testa “estradas elétricas” para tentar baratear viagens de caminhões de carga

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Em novo sistema, veículos pesados extraem energia de cabos aéreos de alta tensão instalados ao longo das rodovias. (Foto: Reprodução)

Recentemente, em uma rodovia ao sul de Frankfurt, Thomas Schmieder manobrou seu caminhão-baú Scania para a pista da extrema direita. Em seguida, apertou um botão que você não encontra não se encontra na maioria dos painéis de caminhões.

Do lado de fora da cabine, uma engenhoca começou a se desenrolar do teto do veículo, parecendo um cabide para secar roupas com um trenó de cabeça para baixo soldado no topo.

Enquanto Schmieder continuava dirigindo, uma tela de vídeo mostrava o equipamento de metal subindo e empurrando suavemente os fios de alta tensão que passavam por cima da estrada.

Assim que o motor a diesel foi desligado e os elétricos acionados, a cabine ficou completamente silenciosa. O veículo continuou sendo um caminhão, mas agora se movia como muitos trens ou bondes.

Há um debate sobre como tornar a indústria de caminhões livre de emissões de CO² e se baterias ou células de combustível de hidrogênio são a melhor opção para ligar motores elétricos em veículos de grande porte.

Schmieder fez parte de um teste de uma terceira alternativa: um sistema que fornece eletricidade aos caminhões enquanto eles se deslocam, usando cabos amarrados acima da estrada e um pantógrafo montado na cabine.

De uma certa maneira, a ideia faz todo o sentido. O sistema é eficiente porque fornece energia diretamente da rede elétrica para os motores. Além disso, a nova tecnologia economiza peso e dinheiro porque as baterias tendem a ser muito pesadas e caras, e um caminhão usando cabos aéreos precisa apenas de uma bateria com tamanho suficiente para ir da rampa de saída até seu destino final.

Sistema simples, mas ainda controverso

O sistema é relativamente simples. A Siemens, gigante da eletrônica alemã que forneceu o hardware para essa rota de teste, adaptou equipamentos que são usados há décadas para conduzir trens e bondes urbanos.

Mas, ao mesmo tempo, a ideia é insana do ponto de vista da infraestrutura. Quem vai pagar para colocar milhares de quilômetros de cabos elétricos de alta tensão acima das principais rodovias do mundo?

Desafio

Descobrir como tornar os caminhões livres de emissões de gás carbônico é uma parte crucial da luta contra as mudanças climáticas e a poluição. Os caminhões a diesel de longa distância produzem uma parcela desproporcional de gases de efeito estufa e outros poluentes porque passam muito tempo na estrada.

Mas a indústria está dividida. Daimler e Volvo, as duas maiores fabricantes de caminhões do mundo, estão apostando em células de combustível de hidrogênio para plataformas de longa distância. Eles argumentam que as baterias pesadas necessárias para fornecer um alcance aceitável são impraticáveis para caminhões porque diminuem muito a capacidade da carga útil.

A Traton, empresa proprietária dos fabricantes de caminhões Scania, MAN e Navistar, argumenta que o hidrogênio é muito caro e ineficiente, devido à energia necessária para produzi-lo. A Traton, de propriedade majoritária da Volkswagen, aposta em baterias cada vez melhores — e em rodovias eletrificadas.

A Traton está entre os patrocinadores da chamada eHighway ao sul de Frankfurt, um grupo que também inclui a Siemens e a Autobahn GmbH, a agência governamental que supervisiona as rodovias alemãs.

Testes na Suécia e nos EUA

Há também pequenos trechos de estradas eletrificadas nos estados alemães de Schleswig-Holstein e Baden-Württemberg. A tecnologia foi testada na Suécia e, em 2017, em um trecho de 1,6 quilômetro próximo ao porto de Los Angeles.

As seções da rodovia equipada com cabos aéreos na Alemanha são curtas — cerca de três milhas de comprimento — cerca de 4,8 quilômetros — em ambas as direções perto de Frankfurt. O objetivo deles é testar o desempenho do sistema no uso diário por empresas de caminhões reais que transportam mercadorias reais. Até o fim do ano, mais de 20 caminhões usarão os sistemas na Alemanha.

Aí é que entra o papel de Schmieder, que aprendeu a dirigir um caminhão no exército alemão, e seu empregador, uma empresa de caminhões chamada Schanz Spedition na pequena cidade de Ober-Ramstadt, em uma região montanhosa e densa de floresta a cerca de 35 milhas de Frankfurt.

Se a eHighway vai ser lançada em grande escala, ela tem que funcionar para empresas como a Schanz, uma empresa familiar administrada por Christine Hemmel e Kerstin Seibert, irmãs que são bisnetas do fundador.

O pai delas, Hans Adam Schanz, embora tecnicamente aposentado, estava ao volante de uma empilhadeira manobrando paletes na parte de trás de um caminhão recentemente quando Schmieder subiu na cabine para sua segunda corrida do dia transportando tinta para um centro de distribuição em Frankfurt.

Os negócios estão animados, disse Schmieder, porque a pandemia geraram uma mania de reformas domésticas e alimentaram a demanda por tintas fabricadas em uma fábrica ao lado da sede da Schanz.

Schmieder faz a mesma corrida até cinco vezes por dia. Esse é o tipo de rota que os patrocinadores da eHighway consideram ideal.

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